A inteligência é genética?

Muitos estudos científicos tentam descobrir como e por que alguns são mais inteligentes do que outros.  Sem dúvida, a inteligência pode ser simplesmente resumida como a capacidade de solução de problemas, que é constitucional, ou seja, o indivíduo nasce com ela, e com o passar do tempo, ela nos é enriquecida pela experiência e pelo conhecimento de soluções. Mas se nascemos com nossa inteligência determinada, ela é necessariamente herdada?

A variabilidade nos níveis de inteligência é tão grande, que fica claro que dezenas ou centenas de genes afetam nosso quociente de inteligência, o que torna difícil para os cientistas provar a teoria de que um gene em particular contribui para melhorar nosso QI.

Cientistas americanos e britânicos concluíram o maior estudo genético em busca de um gene específico que poderia influenciar a inteligência humana. Mais de 200 pesquisadores compararam a existência de uma mutação, ou seja, uma mudança no código de um gene, HMGA2, em mais de 21.000 pacientes, e a compararam com o tamanho das partes do cérebro de cada um.

A descoberta foi que este gene, anteriormente associado apenas à altura humana, sofre uma mudança em seu DNA com a troca de uma molécula que é substituída por timina e citosina.  A mutação faz com que o cérebro seja 3 centímetros cúbicos maior, e os resultados obtidos no teste de QI é que estas pessoas, em média, obtiveram mais 1,29 pontos.  Se ambos os pais tiverem a mutação, o efeito é aditivo na criança, com um aumento de 2,6 pontos de QI.

Este resultado parece pouco animador porque a mudança foi pequena e os pesquisadores não conseguiram demonstrar se existe uma área específica que cresce mais que outras, mas é o primeiro estudo que associa diretamente um único gene à inteligência humana.

As escolhas políticas também são genéticas? O Laboratório de Fisiologia Política da Universidade de Nebraska-Lincoln, coordenado pelo cientista político John Hibbing, afirma com uma série de estudos que é pelo menos constitucional, ou seja, nosso cérebro já nasceu para se tornar liberal ou conservador.

De acordo com seus estudos, liberais e conservadores têm reações diferentes em situações que exigem respostas básicas e primitivas do ser humano.  Por exemplo, os conservadores pró-militares têm reflexos mais rápidos quando são assustados por ruídos repentinos, e quando expostos a imagens ameaçadoras, eles respondem com adrenalina mais intensa e olham mais rápido e por mais tempo para essas imagens. Os conservadores são mais organizados nos lugares onde vivem, enquanto os liberais são mais tolerantes a uma confusão.

O laboratório também encontra diferenças anatômicas nos cérebros dos dois espécimes.  Um estudo demonstrou que os conservadores têm uma amígdala direita maior. A amígdala é uma região profunda no cérebro e está relacionada às reações de medo e ameaça.  Em contraste, os liberais têm mais células no córtex do giro cingulado, o que é responsável pela percepção de erros repetitivos e correção de comportamento para evitá-los.

Segundo o cientista, as escolhas políticas são feitas mais pelas características de personalidade já adquiridas ao nascer, do que pelo reflexo de idéias, experiência e aprendizado. O Dr. Hibbing acredita que os conservadores nascem menos tolerantes à mudança, mas são melhores líderes, e funcionários mais leais, enquanto os liberais são receptivos a novas experiências, adaptáveis à mudança, lidam melhor com a incerteza e são mais flexíveis e têm apetite pela vida.

Para apenas olhar para os lados ou para o espelho, torna-se claro que estas características não são binárias.  Portanto, não podemos colocar todos os seres humanos em apenas dois conjuntos de escolhas políticas. O que o autor pretende é pregar a tolerância de todos os lados, já que a fala não muda a anatomia.


Author`s name
Petr Ermilin