Mais um ato de perseguição contra Lula denunciado no Brasil
Brasília, 24 out (Prensa Latina) A defesa de Luiz Inácio Lula da Silva denunciou hoje mais um ato de perseguição ao ex-presidente brasileiro, quando ele foi acusado pela quarta vez em um caso relacionado à operação judicial Lava Jato.
O juiz Luiz Antonio Bonat, substituto de Sérgio Moro, recebeu nesta sexta-feira a denúncia do Ministério Público Federal contra Lula e outras quatro pessoas por crime de lavagem de dinheiro por meio do Instituto Lula, objeto de investigações anteriores por suposta corrupção.
'A mesma decisão ignora que Lula foi definitivamente absolvido pela Justiça Federal de Brasília da absurda acusação de fazer parte de uma organização criminosa', disse o advogado Cristiano Zanin Martins, chefe da equipe de defesa do ex-líder operário.
A nova imputação refere-se a quatro doações feitas pela construtora Odebrecht à fundação sem fins lucrativos e suprapartidária, no valor de um milhão de reais (cerca de 200 mil dólares) cada uma após a saída do ex-presidente.
Os promotores da Lava Jato afirmam que os repasses tiveram origem em crimes. No entanto, fica comprovado que os indicados pelos procuradores foram formalmente realizados por meio de doações legais.
Bonat conjeturou em seu parecer que 'as provas são suficientes, em julgamento de cognição sumária, para o recebimento da denúncia, pois possuem carga probatória mínima que não favorece o acusado'.
O documento afirma que Lula foi 'comandante e principal beneficiário do esquema de corrupção que também favoreceu as empreiteiras'. O ex-ministro Antonio Palocci e Paulo Okamotto, chefe do Instituto Lula, também são acusados no processo.
Para Zanin Martin, essa nova manobra é uma perseguição porque foi aceita para processar uma ação criminal fora do lugar, que tenta transformar doações legais e contabilizadas para o Instituto Lula (não se confundir com a pessoa do ex-presidente), em atos ilícitos durante o período eleitoral, na prática evidente da guerra legal (guerra legal).
Informou que, por estes motivos, entre outros, 'a decisão será impugnada pelos meios legalmente aplicáveis'.
Lula foi condenado duas vezes por supostos atos de corrupção e lavagem de dinheiro em casos relacionados ao Lava Jato.
Ele ficou preso 580 dias e foi solto da prisão no dia 8 de novembro, quando o Supremo Tribunal Federal determinou que presidiários sem sanção em primeira instância e que não representassem perigo para a sociedade podem esperar em liberdade.
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