O jornalista mineiro Petrônio Souza Gonçalves lança em todo Brasil dois livros neste ano: "Um Facho de Sol como Cachecol", de poemas e a biografia de José Aparecido de Oliveira "O melhor mineiro do mundo"
2015 está sendo um ano de grande realizações para o jornalista Petrônio Souza Gonçalves, que lança o seu segundo livro de poemas, além da biografia do lendário político mineiro José Aparecido de Oliveira, falecido em 2007. O livro de poemas tem imagens poéticas inusitadas, como já revela o título: "Um Facho de Sol como Cachecol". Já a biografia de José Aparecido de Oliveira apresenta em textos, entrevistas e depoimentos, as várias facetas do político mineiro que participou dos principais momentos políticos do Brasil no século passado.
O livro perpassa por toda a trajetória de José Aparecido de Oliveira, desde a infância no interior de Minas até a criação da CPLP - Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, estruturada quando Aparecido foi embaixador do Brasil em Portugal.
A obra aborda ainda as muitas facetas de Aparecido, que por mais de meio século exerceu o poder com influência determinante no Brasil. Destaca-se que poucos homens públicos exerceram por tanto tempo tanto fascínio no meio político, social e cultural do país, com tanta originalidade e personalidade como José Aparecido.
Ele dizia que um povo sem cultural é como um corpo sem alma e foi o primeiro secretário de Cultura de Minas Gerais, no governo de Tancredo Neves, e o primeiro ministro da Cultura do país, no governo de José Sarney. Quando governador de Brasília, retomou o projeto original de Oscar Niemeyer e Lúcio Costa e foi o responsável pelo tombamento da capital federal pela UNESCO, sendo Brasília a única cidade criada e tombada no mesmo século em todo o mundo. José Aparecido foi conhecido em vida como o 'Zé de todos os amigos'.
O livro além de depoimentos traz artigos assinados por pessoas ligadas a Aparecido durante toda a vida, como Oscar Niemeyer, Ziraldo, Mauro Santayana, Sebastião Nery, José Maria Rabelo, Aristoteles Drummond, entre muitos outros amigos. Fatos da vida particular de José Aparecido, até então desconhecidos, também são abordados e revelados no livro.
Vale lembrar que foi de Aparecido o argumento final para Itamar Franco aceitar ser vice de Collor, quando Itamar desejava mesmo ser vice de Brizola. Esta e outras histórias estão contadas com detalhes no livro. Outro fato narrado na obra foi o encontro de Zé Aparecido com colunista Antonio Maria, que todos os dias falava mal de Aparecido em sua coluna. Quando os dois se encontraram pela primeira vez na noite do Rio de Janeiro, Zé Aparecido se recusou a cumprimentar Antônio Maria, dizendo que o colunista falava mal dele sem o conhecer. Antonio não perdeu a piada e disse: "É por isso mesmo que falo mal, pois se eu o conhecesse, seríamos amigos e eu só falaria bem de você". Os dois se tornaram amigos da vida inteira, sendo a amizade com Maria compartilhada por toda família de Aparecido. O livro tem 230 páginas, com fotos dos principais momentos da vida do lendário político mineiro.
Um facho de sol como cachecol
Composto por 231 poemas, os textos não têm título, o que é uma inovação na forma de compor os versos pelo autor, vindo cada um poema com a primeira frase em destaque, sendo o título de cada texto. Nas palavras de Luis Fernando Verissimo, o autor é uma revelação na poesia: "Entre o lírico, o irônico, o insólito e o confessional viaja a poesia do Petrônio. Realmente uma revelação".
Depois do livro de estréia, Memórias da Casa Velha, de contos, de 2004, e Adormecendo os Girassóis, de poemas, de 2007, Petrônio viaja, nesse novo trabalho, pela temática de um homem preso ao seu tempo e pelas paisagens mineiras que o cercam, que ele carinhosamente chama de 'as coisas do porão'.
O poema que abre o livro é dedicado ao grande amigo de Petrônio, o jornalista Sebastião Nery, em que o autor aborda a temática do tempo, em que se lê: "O tempo é mesmo um deus cruel.../ Crava em nossa memória/ A espada enferrujada das horas./ No rosto,/ O traço roto dos anos sem pincel./ Sem demora,/ Minuto a minuto,/ Nos devora./ Nos mastiga com a força do pensamento/ E nos cospe na sarjeta da eternidade". Na seção de máximas, encontramos uma sobre o amor: "O amor é como um poema,/ Tem vida longa,/ Em frases pequenas". Outros também compõem o livro, como: "Para arrumar a casa,/ É preciso afastar os móveis" ou "Eu sei,/ Depois esqueço./ Melhor a vida assim,/ Recomeço". Todos os poemas foram escritos nos últimos cinco anos. O livro teve o apoio cultural da CENIBRA - Celulose Nipo Brasileira SA.
Um Facho de Sol como Cachecol tem o prefácio assinado pelo cronista e dramaturgo Alcione Araújo, grande amigo de Petrônio, falecido prematuramente. O livro traz ainda a capa assinada pelo cartunistaPaulo Caruso, além de depoimentos de Fernando Morais: "Quem aprecia bons poemas, como eu, vai se deliciar com este 'Um facho de sol como cachecol'. Como diria Tristão de Athayde, aviso aos navegantes: tem poeta na praça. Dos grandes". Artur Xexéo: "Há uma delicadeza na poesia de Petrônio que a gente não vê muito por aí. Nela, a primavera tem sabor, as borboletas nascem em plantações, as madrugadas são música. É uma delicadeza mineira" e do acadêmico Zuenir Ventura: "Há na poesia de Petrônio um tema recorrente que ele aborda com muita sensibilidade: o tempo, com sua passagem implacável e fugaz. É o tempo devorador de pessoas e coisas, capaz de 'cravar em nossa memória a espada enferrujada das horas', assim como pode 'manchar com sua ferrugem os paralelepípedos quebrados das ladeiras de Ouro Preto'. Ao contrário, porém, da fugacidade do tempo, os versos que ele inspira neste livro se destinam a resistir, a permanecer." Para Alcione Araújo, "Petrônio fantasiou e coreografou nossas surradas palavras para dizer 'Um Facho de Sol como Cachecol', de um jeito que jamais diríamos".
Escritor e jornalista, Petrônio mantém uma coluna semanal sobre política e cultura em mais de 40 jornais Brasil afora. Em 2005 ganhou o Prêmio Nacional de Literatura "Vivaldi Moreira", da Academia Mineira de Letras, como segundo colocado. Atualmente é editor da revista literária Imprensa na Praça e da revista Memória CULT, dedicada à história e à cultura mineira, ambas são distribuídas gratuitamente, além de ser o redator do programa televisivo dedicado à cultura brasileira Arrumação, apresentado por Saulo Laranjeira.
Um Facho de Sol como Cachecol
Poesia
Editora Realejo Livros - Santos - SP
240 páginas
R$ 30,00 - Contato com o autor: 31 - 9239-2621
Vendas:
E-mail:
Lançamentos:
Dia 4 de junho em Santa Cruz de Salinas, Norte de Minas
Dia 5 de junho em Salinas, Norte de Minas
Dia 6 de junho em Rubelita, Norte de Minas
Dia 12 de agosto em João Pessoa - Paraíba. No Centro de Estudos Jurídicos e Sociais - CEJUS - Av. Rio Grande do Sul, no 1411, Bairro dos Estados, João Pessoa - PB, às 16h30.
Dia 15 de agosto em São Thomé das Letras, Receptivo Turístico da cidade, às 19h
Dia 11 de setembro, Diamantina, na Casa de Juscelino, às 19h
Dia 15 de setembro em Brasília, Carpe Diem, Asa Sul, às 19h
Dia 8 de outubro em Montes Claros, no Projeto Psiu Poético, às 20h
Dia 19 de outubro em Belo Horizonte, na Biblioteca Luiz de Bessa, no Circuito Cultural da Praça da Liberdade, às 19h
Dia 22 de outubro em Porto Alegre, Espaço Cultural Castelinho do Alto da Bronze, às 18h
Dia 19 de novembro no Rio de Janeiro, Livraria Argumento, Leblon, às 19h