Adilson Roberto Gonçalves
Os tucanos estão em extinção e não há IBAMA partidário que possa reverter a situação. O editorial “A morte horrível de um partido político”, publicado pelo Estadão (18/9) afirma, com razão, a extinção do PSDB, dando o devido nome aos responsáveis. Porém, creio que o jornal erra por alguns anos o início da derrocada tucana, uma vez que a articulação suicida de Aécio Neves começou em 2014 quando, infundadamente, passou a questionar a lisura do pleito que perdera para Dilma Rousseff. A partir dali, fez uma oposição deletéria, fustigando o segundo mandato da petista, culminando, também por outros motivos, no impeachment de 2016. O ovo da serpente da extrema direita se alimentou desses fatos e eclodiu no bolsonarismo de dois anos depois, com o massivo apoio do PSDB, como bem destaca o editorial.
A crescente truculência partidária levou às agressões no debate entre os candidatos à prefeitura de São Paulo. Os protagonistas das provocações e cadeiradas são um filiado hoje ao PSDB e o outro antigo eleitor desse partido.
Daquele “debate e apanha” restaram alguns versos: no ímpeto da ignorância, / cadeiras voam, / revelam as índoles perversas / de agredidos e agressores ... / perdemos todos, / mas ganham os midiáticos / sem qualquer sustância / em suas falas controversas, / pois só por valores / perdem os modos / e cliques remunerados ganham.
Adilson Roberto Gonçalves, pesquisador da Unesp – Rio Claro-SP