Se for pela governabilidade, a justificativa da aliança entre Lula e Alckmin pode prosperar dentro do aspecto do jogo político. Fora isso, não há motivo para um candidato com larga vantagem sobre os outros concorrentes se aliar a alguém sem voto.
Lula, segundo todas as pesquisas, pode vencer a eleição ainda em primeiro turno, no segundo com certeza. Qualquer candidato a vice não interferiria na sua campanha, desde que não fosse ligado ao que há de pior na política, que não fosse tucano, golpista, inimigo da classe trabalhadora e do PT.
A imprevisibilidade dos bastidores pode ofuscar o brilho da estrela de Lula. A militância, principalmente a de São Paulo, não vai engolir a presença de Alckmin nos palanques pelo Brasil sem cobrar as chacinas feitas pela PM nas periferias, as agressões aos professores, o golpe contra Dilma e o apoio à prisão de Lula.
Será temerária a aproximação dessa figura ao staff do ex-presidente, participando dos programas institucionais, dando entrevista na imprensa tentando desdizer todos os ataques feitos ao PT durante mais de trinta anos.
Geraldo Alckmin é o pária que participa da festa e no final joga uma moeda de R$ 0,25 no balcão e bate no peito dizendo que ajudou na despesa. Pode acontecer o mesmo quando Lula vencer Bolsonaro e o tucano blefar dizendo que se não fosse ele...
Ricardo Mezavila, cientista político