O teatro sai à rua na Festa do Avante!
AbrilAbril
15 DE AGOSTO DE 2020
A Abetarda, de João Monge, e o espectáculo poético Sómente são algumas das propostas do Avanteatro, que este ano acontecem ao ar livre.
«Abetarda», Teatro da TerraCréditos
Além do teatro, a programação deste ano do Avanteatro contempla música, poesia e a fusão de vídeo documental e conceptual com o circo, nomeadamente a arte do equilíbrio, no espectáculo/instalação do Teatro do Mar, Asas d'Areia. A interpretação está a cargo de Douglas Melo e Kátia Rocha, o conceito e direcção do trabalho têm a assinatura de Julieta Aurora Santos.
Boldie & Cloide é a 45.ª produção da Encerrado Para Obras, que a companhia vai apresentar em Setembro na Festa do Avante!. Inspirados na odisseia de Bonnie & Clyde, o casal de gangsters mais famoso da história, os artistas Cláudia Santos (cantora conhecida pelo pseudónimo de Cloide) e David Cruz propõem levar o público numa viagem musical aos loucos anos 20.
GARANTIAS REFORÇADAS
A Festa do Avante! acontece nos dias 4, 5 e 6 de Setembro. Tal como o PCP vem afirmando, e reforçou esta sexta-feira, a Festa do Avante! será realizada «com toda a responsabilidade e garantindo integralmente as condições para o seu usufruto em tranquilidade e segurança. São inúmeras as medidas adoptadas nesse sentido e a realização do Avanteatro ao ar livre é um dos exemplos.
Os comunistas, que têm estado a preparar a Festa do Avante! em ligação com a Direcção-Geral da Saúde (DGS), anunciaram que a entrada será limitada a um terço da capacidade licenciada, «assegurando que os 300 mil metros quadrados postos à disposição dos visitantes significam que cada um pode usufruir de uma área superior à que está estabelecida para a frequência de praias e que, em regra, será o dobro daquela que está fixada para espaços similares (no caso, espaço ao ar livre)».
O repertório inclui música popular das décadas de 1910 a 1930, na Europa e nas Américas, começando pelo fado da Severa e passando por países como o Brasil, Peru, EUA - com canções de Irving Berlin e George Gershwin. «Fazendo escala nos Açores com uma canção tradicional da Ilha do Pico, regressa a Portugal onde reinventa canções populares e modinhas alentejanas do início do século», descreve a companhia.
A Abetarda, de João Monge, com encenação de Maria João Luís e a participação dos Toca a Rufar e de três coros alentejanos do Seixal, «Caixas de Guerra», é a proposta do Teatro da Terra. Na sua página, a Festa do Avante! recorda que este foi o primeiro projecto que resultou da parceria, em 2014, entre o Teatro da Terra e o município de Castro Verde.
«Ao autor João Monge foi encomendado o texto que junta o cante alentejano ao teatro de rua, numa celebração deste símbolo de Castro Verde, com uma história orientada para uma procissão pagã, habitualmente tecida na base da cultura popular alentejana, polvilhada por reminiscências do cristianismo, projectando a elevação da maior ave de voo da Europa, a um estudo mitológico/fantástico», refere-se no texto.
Sómente é um espectáculo poético que reflecte sobre a solidão da velhice, pelo Teatro Só Encenação, dramaturgia e interpretação Sérgio Fernandes.
Mantendo a tradição de levar as crianças ao teatro, a programação deste ano inclui Toca e Mexe/Milho por Peixe. O espectáculo musical dirigido à infância e às famílias conta com a interpretação de Arantxa Joseph e André Duarte. A direcção artística, dramaturgia e encenação está a cargo de Giacomo Scalasi.
Foto: «Abetarda», Teatro da Terra
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