O Instituto Nacional de Estatística (INE) apresenta o primeiro estudo sobre a pobreza infantil em Angola
O estudo indica que 3 em cada 4 crianças com menos de 18 anos sofrem entre três a sete privações ao mesmo tempo e estabelece conclusões que podem influenciar programas e políticas para o bem-estar da criança e das suas famílias
O Instituto Nacional de Estatística (INE), com o apoio do UNICEF, apresenta esta quarta-feira, dia 19 de Dezembro de 2018, pelas 09:30, nas suas Instalações, o primeiro estudo sobre a Pobreza Infantil em Angola, onde destaca as principais privações pelas quais as crianças passam, condicionando o seu pleno desenvolvimento.
O estudo intitulado "A criança em Angola. Uma análise multidimensional da pobreza infantil" é baseado em dados estatísticos do Inquérito de Indicadores Múltiplos de Saúde 2015-2016 e tem como objectivo medir a pobreza infantil multidimensional, usando como metodologia o sistema MODA (Multiple Overlapping Deprivation Analysis - Análise de Privações Múltiplas Sobrepostas), desenvolvido globalmente pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF).
O estudo usa para cada grupo de idade um conjunto de dimensões como a nutrição, a saúde, a protecção infantil, a prevenção da malária, a educação, o acesso a água e saneamento entre outros e permite compreender quem são as crianças mais afectadas e quais as privações que enfrentam e que constituem uma ameaça à sua sobrevivência e desenvolvimento, em áreas essenciais.
A maioria das crianças e adolescentes que vivem nas áreas urbanas está sujeita a duas ou três privações em simultâneo, porém nas áreas rurais a situação torna-se mais preocupante pois a maioria das crianças sofre cinco ou seis privações simultâneas.
As privações afectam de forma diferente as crianças de cada província, 93% das crianças residentes na província do Cunene enfrentam três ou mais privações simultaneamente comparativamente aos 54% das crianças residentes na província de Luanda.
As privações na infância prejudicam o desenvolvimento físico, psicológico e social da criança. Uma análise detalhada da situação das crianças no país contribui para fornecer dados concretos que podem servir como ferramenta para delinear políticas e intervenções que visam melhorar o desenvolvimento e bem-estar sustentado da criança. Para reduzir a pobreza na infância e adolescência, é preciso investir em acções que beneficiem igualmente aos pais ou responsáveis destas crianças e adolescentes.
A apresentação do estudo "A criança em Angola. Uma análise multidimensional da pobreza infantil", realizado com o co-financiamento da União Europeia, contará com a presença de representantes de departamentos Ministeriais, parceiros de desenvolvimento e das Agências das Nações Unidas, membros da sociedade civil e representantes do Corpo Diplomático acreditado em Angola.
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