Alguns doiram a pílula. Outros, vivem vestidos de doirado, palhaços das eternas e perdidas ilusões. Gostam dos guizos falsos da alegria e cantam suas fantasias entre as palmas febris do coração. Uma questão de opção, com certeza.
Clóvis Campêlo
De ti, porém, só sei que nada sei. E mesmo quando pisas nos astros altaneira e distraída, sabes bem o que é a alegria dessa vida. E a tua alegria pode vir a ser a minha alegria, apesar da minha ignorância, da minha falta de tato, da minha falta de luz.
Para ti, o meu coração é a uma porta sem trinco e a lua, a brilhar com afinco, salpica de estrelas o chão da minha esperança. A minha alma desfeita em trapos coloridos, na corda qual bandeiras agitadas em estranho festival.
Não basta, porém, uma única canção para dimensionar a imensidão desse afeto, desse artefato elaborado, dessa sonoridade inacabada.
E mesmo quando do sol a claridade for encoberta pela sombra dos teus pés, restará um tênue raio de luz a desafiar uma possível escuridão.
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