Com a aprovação pela Câmara dos Deputados da admissão do processo de destituição (impeachment) da Presidente Dilma Rousseff, a ofensiva golpista no Brasil deu um novo e perigoso passo em frente.
O PCP, recordando que os argumentos utilizados no processo em curso não resultam de nenhum procedimento criminal sobre uma Presidente eleita democraticamente, sublinha que este processo foi desencadeado e é conduzido por deputados com um historial de irregularidades e ilegalidades e sobre os quais pendem processos de investigação criminal, sendo sintomático que se a Presidente Dilma Rousseff vier a ser impedida de exercer as suas funções, seja substituída pelo actual Vice-Presidente, acusado pelos tribunais de corrupção e suborno.
As forças reaccionárias e o imperialismo, que nunca se conformaram com a derrota do seu candidato nas eleições presidenciais de 2014 e têm procurado por todos os meios reverter o processo de mudanças iniciado em 2002 com a vitória de Lula da Silva, acabam de subir um novo degrau na sua ofensiva golpista. Sobre o Brasil pesam reais perigos de desestabilização e grave retrocesso político, social e de soberania. Mas há razões para confiar em que a voz das forças democráticas e populares que se tem feito ouvir em poderosas acções de massas, acabe por prevalecer derrotando os golpistas e afastando o espectro de uma nova ditadura.
O PCP, solidário com os trabalhadores e o povo brasileiro em defesa da democracia e pelo necessário aprofundamento das suas conquistas, expressa em particular a sua solidariedade ao PC do B, ao PT e às demais forças que corajosamente lutam para derrotar os ambiciosos projectos da reacção e do imperialismo visando a recuperação das posições que nos últimos anos perderam no Brasil e na América Latina.
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