Dado o esforço sistemático de desinformação da mídia ocidental, controlada pelos EUA, acerca de tudo de relevante que diz respeito a Rússia e China, carecemos de informação real sobre os importantíssimos acordos firmados entre Vladimir Putin e Li Xiping, líder chinês, que participou das solenidades do 70 aniversário da Vitória sobre o Nazismo, realizadas em Moscou, em 8-9 de maio.
Um significado especial, por si só, foi a própria presença do Premier da China neste ato, que, também teve a participação de Raul Castro, representando Cuba, Nicolas Maduro, pela Venezuela, e do premier da Índia. Registre-se que a parada militar contou com a participação de soldados de 10 nacionalidades além da Rússia, quando se exibiram os armamentos que os russos tem fornecido ao Irã, a Síria, a Venezuela e que reequiparão as forças militares de Cuba.
Mas, a aliança da Rússia-China inclui uma operação financeira de largo alcance entre os maiores bancos dos dois gigantes, a dispensa do dólar nestas operações, a construção de um gigantesco gasoduto ligando a Sibéria à China, a construção de uma ferrovia com trens de alta-velocidade ligando Kazan a Pequim, e uma ampla cooperação em tecnologias de ponta, incluindo instalação de usinas nucleares na China pelos russos.
É uma resposta concreta, estruturante, planejada e estratégica às sanções ilegais dos EUA e UE contra a Rússia. Os impactos geopolíticos internacionais desta aliança merecem meditação profunda por todas as forças anti-imperialistas mundiais. Lamenta-se, apenas, a ausência de Dilma Roussef neste histórico acontecimento de Moscou (havia confirmado presença) quando os Brics se tornam ainda mais decisivos como organização alternativa ao sinistro intervencionismo imperial.
Beto Almeida
Membro do Diretório da Telesur