O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, está exigindo publicamente à comunidade internacional ações contundentes para defender o país contra novas sanções impostas pelo Governo dos Estados Unidos. Em dezembro do ano passado, os EUA anunciaram medidas unilaterais contra a Venezuela com o objetivo de frear supostos atos terroristas. A medida foi considerada pela União das Nações Sul-Americanas (Unasul) e pela Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) contrária ao Direito Internacional.
Cristina Fontenele
Adital
"Não podemos ficar só na denúncia, é preciso recorrer às instâncias judiciais nacionais e internacionais, levar a cabo uma batalha de maior nível para defender a pátria”, denunciou o presidente venezuelano em uma plenária extraordinária do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV).
Maduro acusa o vice-presidente estadunidense, Joe Biden, de contatar vários presidentes latino-americanos com o intuito de desprestigiar o governo venezuelano e, dessa forma, justificar uma suposta intervenção estrangeira no país. De acordo com Maduro, os EUA teriam "entrado em uma fase perigosa de desespero”.
No fim de janeiro deste ano, empresas de comunicação acusaram o Presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, Diosdado Cabello, de dirigir um cartel de drogas. Além disso, o governo cubano estaria também vinculado a uma suposta proteção de uma rota de narcotráfico vinda da Venezuela. Recentes publicações da mídia estadunidense, como o jornal ‘The New York Times’, com frequência desacreditariam e ridicularizariam a figura de Maduro. ("O senhor Maduro em seu labirinto”, NYT 26 de janeiro 2015).
"Tem sido loucura, com muito dinheiro por trás, e o povo tem que estar alerta (...). Se algum dia tentarem algo contra mim, eu me cuidarei o suficiente, mas o povo deve estar preparado para resgatar sua democracia, sua revolução. Vocês estão preparados?”, alertou o presidente venezuelano em chamado ao povo.
Há ainda denúncias de que o Escritório de Planejamento da CIA (Agência Central de Inteligência dos EUA) estaria induzindo a deserção de altos comandos militares venezuelanos, no que seria uma "guerra suja” contra a Venezuela, a exemplo, da Operação Mangosta (na década de 1960 contra Cuba). Operações clandestinas também estariam recrutando militares da ativa ou ex-militares, garantindo sua saída para os EUA, no intuito de usá-los como elementos incitadores da deserção de demais membros da Força Armada Nacional Bolivariana (FANB). Os desertores forneceriam perfis dos altos comandos em atividade e preparariam sabotagens militares, entre outras atividades.
Segundo informações, atualmente, se encontrariam protegidos (em trânsito para os EUA): os tenentes de navio Cristian Travieso Rodríguez, Alexis Coronado Patiño e Erick Morales; os capitães de corveta Javier Rodríguez Márquez e Franklin Rodríguez Rodríguez; o capitão de navio Alexis Infante Uranga; o tenente Eusebio Martínez Reyes; e o capitão de fragata Guillermo Almea Guevara.
O presidente Maduro tem chamado o povo a se fortalecer pela unidade nacional em defesa da pátria. "Eu lhes digo, hoje, com enorme força espiritual e com a consciência mobilizada de milhões, digo aos golpistas, intervencionistas e imperialistas: não se metam com Venezuela!”.
Cristina Fontenele
Estudante de Jornalismo pela Faculdades Cearenses (FAC), publicitária e Especialista em Gestão de Marketing.
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