Obama se rende: Assad comandará a transição na Síria
Já havia previsto aqui que, para dar combate ao Estado Islâmico, o presidente Obama teria de deixar de lado a obsessão por derrubar o presidente Assad da Síria. Na 6ª-feira, o primeiro-ministro Davutoğlu da Turquia disse que recebera fortes sinais de que os EUA mudariam sua política para a Síria e que teriam desistido de derrubar o presidente Assad. Agora, numa conferência de imprensa em Brisbane durante a reunião do G-20, o próprio Obama disse que:
PRESIDENTE OBAMA: [...] Agora, estamos procurando uma solução política, eventualmente dentro da Síria, que inclua todos os grupos que vivem lá - os alawitas, os sunitas, cristãos. E, a certa altura, o povo sírio e os vários atores envolvidos, além de atores regionais - Turquia, Irã, apoiadores de Assad, como a Rússia - terão de se engajar numa conversa política.
E essa é a natureza da diplomacia sempre, com certeza nesse caso, onde você acaba tendo conversas diplomáticas potencialmente com gente de quem você não gosta e de governos dos quais você não gosta. Mas ainda não estamos nem próximos desse estágio.
PERGUNTA: Ok, mas, só para pôr um ponto final nesse assunto: o senhor continua a trabalhar ativamente para encontrar meios para tirar Assad de lá, como parte dessa transição política?
PRESIDENTE OBAMA: Não.
Até agora, os EUA sempre repetiram que Assad não poderia permanecer no governo como parte da tal 'transição' (Rússia e Irã sempre insistiram, exatamente, em que Assad ficasse no governo, durante a transição). Assim sendo, aí está uma mudança na política dos EUA para a Síria. E, considerando-se a expansão do Estado Islâmico, é, afinal, mudança importante e sensível. *****
[1] Vê-se uma imagem em http://www.moonofalabama.org/images4/iskilling.jpg