Angola: Nem os cortejos fúnebres são respeitados?

Como se sabe, na véspera da última manifestação ocorrida em Angola, um dirigente da CASA-CE foi abatido por forças da segurança presidencial(?) - de acordo com a Polícia Nacional - por ter abandonado (fugido) de uma viatura onde estava a ser transportado para investigação após ter sido detido a colocar prospectos em favor da Manifestação do 23N, por acaso convocada pela UNITA e já aqui abordado.


Hoje era (foi) o enterro desse activista de nome Manuel Hilberto Ganga que ia para o Cemitério de Sant'Ana.

O estranho é que já quando o cortejo fúnebre estava em andamento alguém, cobardemente - só pode ser - atirou para a frente do cortejo um petardo, mesmo perante a discreta posição das forças da Polícia Nacional e da PIR.

Pelos inúmeros comentários nas páginas sociais e também citado no Público, essa discrição foi de pouca duração já que a partir de uma certa zona da cidade a polícia passou a barrar o cortejo e a dardejar o mesmo com gazes lacrimogéneo - inconcebível a falta de respeito por um cortejo fúnebre!

Ainda de acordo com esses inúmeros posts a Polícia só aceitou permitir a continuação do cortejo desde que os acompanhantes fossem de machimbombo (autocarro).

Talvez fosse para descongestionar o habitual caótico trânsito de Luanda...

Inconcebível falta de respeito pelos Direitos Humanos!

Eugénio Costa Almeida, Ph.D

Investigador/Researcher do CEI (ISCTE-IUL)

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Foto: Carlos Lopes

 


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