Damasco, (Prensa Latina) O Movimento Nacional Curdo para a Mudança Pacífica (Mnkcp) na Síria condenou o massacre contra 123 civis e militares perpetrado por um grupo terrorista na região de Khan Assal, na província de Alepo.
A autodenominada Brigada de Partidários do Califado (Ansar Khilafa) assumiu a responsabilidade do fato, depois que grupos opositores armados se fizeram do controle da localidade na semana passada.
A entidade curda responsabilizou pela bárbara ação os governos de Turquia e Arábia Saudita em um comunicado reproduzido nesta segunda-feira por meios nacionais.
Em múltiplas ocasiões Damasco acusou à administração do premiê Recep Tayyip Erdogan e à Casa de Saud, respectivamente, de dar assistência bélica e financeira a grupos mercenários e radicais islâmicos que lutam para derrubar o governo do presidente Bashar Assad.
O Mnkcp exigiu às forças políticas e civis nacionais esquecer suas discrepâncias e cerrar fileiras, enquanto considerou que a única via para pôr fim ao conflito armado que sacode o país é a negociação pacífica de ditas entidades.
Criticou assim a inação do Conselho de Segurança da ONU e de organizações humanitárias diante dos cada vez mais frequentes massacres que ocorrem no país pelas mãos dos qualificados como rebeldes.
Referiu o movimento curdo que dias atrás grupos tafires (extremistas) usurparam terras e bens dos cidadãos que habitam na zona de Tal Abiad, no norte do país.
Denunciaram que os irregulares dinamitaram moradias e tomaram prisioneiros idosos, mulheres e crianças pela simples razão de lhes ter negado o apoio e assumir uma postura patriótica de defesa da Pátria.
A Chancelaria síria condenou no sábado o massacre em várias cartas ao Conselho de Segurança e ao Secretário Geral das Nações Unidas, enquanto exigiu uma investigação internacional longe de toda hipocrisia ou dupla moral.
Para Damasco, o ocorrido na região revela o papel de Estados vizinhos envolvidos em garantir o apoio logístico e financeiro às quadrilhas mercenárias, "até o ponto de dar ordens para cometer tão bárbaros atos".
A política de dupla moral que persiste em alguns membros permanentes do Conselho de Segurança com respeito à luta contra o terrorismo impediu a emissão de uma condenação a estas quadrilhas extremistas vinculadas à Al-Qaeda, destacam as cartas. Segundo o governo, tais ações além de significar um encobrimento político aos terroristas, viola as responsabilidades do Conselho para garantir a paz e segurança internacionais e põe dúvida sobre sua seriedade na luta contra o terrorismo global.