Plebiscito

Tradicionalmente reconhecido como a forma mais democrática do poder ser exercido, está em discussão séria a votação popular de medidas tomadas pelo Supremo Tribunal Federal, quando declara ato julgado inconstitucional por seis dos seus membros.

Os ministros Joaquim Barbosa e Gilmar Mendes já se posicionaram frontalmente contra a medida legislativa, que é de autoria do deputado petista Nazareno Fontes (PI).  A medida legislativa, ainda em tramitação, é a PEC 33/11.  PEC significa "Proposta de Emenda à Constituição."

Sem dúvida alguma o plebiscito é a medida mais democrática a ser tomada contra qualquer autoridade, e não apenas ao Judiciário.  O Legislativo e Executivo deveriam ser rigorosamente fiscalizados pelo povo; eles existem para servir, e não para serem servidos.  Qualquer autoridade, seja pessoal ou coletiva, não pode tomar nenhuma medida que seja contrária ao interesse das gentes.  É a regra fundamental da democracia.  O plebiscito é a arma do povo.

            Ora, dois ministros já se posicionaram contra.  Na realidade, provavelmente todos eles têm o mesmo entendimento.  A causa, não mencionada pelos ministros Barbosa e Mendes é uma só.  Eles sabem da ignorância política do povo brasileiro, que pode tornar o Supremo completamente ineficaz e submisso.

            O deputado que apresentou a PEC não fala em medidas tomadas pelo Congresso Nacional, ou pelo executivo.  Portanto, é parcial.  Parcial e suspeita. Basta seguir com os programas populistas e um resultado de plebiscito pode não ser legítimo.

            Plebiscito sim!  Mas a ser votado para analisar toda e qualquer autoridade.

Imagem: "A Liberdade Conduzindo o Povo", Eugène Delacroix

 

Jorge Cortás Sader Filho é escritor

 


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Pravda.Ru Jornal