Autor: Miguel Moreira
Fundo Monetário Internacional (FMI) quer eliminar 20 por cento dos funcionários públicos, com o objetivo de reduzir a despesa do Estado em 4000 milhões. Proposta, que foi entregue ao Governo, sustenta que os funcionários têm "demasiadas regalias" que devem ser eliminadas. Os pensionistas também estão no alvo do FMI, que quer cortar rendimentos.
De acordo com um relatório publicado no Jornal de Negócios, o FMI está empenhado na reforma do Estado e apresentou uma proposta que tem como objetivo reduzir as despesas públicas. De um documento entregue pelo Fundo Monetário Internacional ao Governo, em dezembro, faz parte uma medida de eliminação de um quinto dos funcionários públicos.
A meta a atingir é 4000 milhões de euros de poupança nas despesas estatais, sendo que este objetivo só será concretizado com um corte de salários no setor público, na ordem dos sete por cento, de acordo com a proposta FMI.
Esta entidade, que faz parte da troika que resgatou Portugal, defende ainda que o país tem setores profissionais privilegiados, desde professores a polícias, passando por médicos, militares e juízes. "Há demasiadas regalias", sustenta o fundo, que aponta também no sentido de uma redução do valor das pensões pagas pelo Estado.
É sobretudo na redução do rendimento do trabalho de funcionários públicos e nas pensões que o FMI está focado, nesta proposta que o executivo de Passos Coelho tem em mãos há algumas semanas.
O FMI estima que eliminando 20 por cento dos funcionários públicos o Estado português conseguiria poupar cerca de 2700 milhões de euros, o que constitui mais de metade da meta a atingir.
Já com um corte nas tabelas salariais do setor público, o Governo pouparia, segundo estimativas do FMI, 760 milhões, por ano. Se o Governo avançar com um corte nos suplementos da Função Pública, seriam mais 300 milhões nos cofres do Estado.
Este estudo do FMI, feito em parceria com a Comissão Europeia, considera que os salários pagos aos funcionários públicos são "elevados" e dão benefícios à antiguidade, em vez da qualificação académica e ao desempenho profissional. Nesse sentido, a progressividade deve premiar o mérito dos trabalhadores.
Os médicos são visados como detentores de "salários elevados", num conjunto de profissionais do Estado que desfrutam de "excessivas regalias", onde também constam professores, juízes, militares e polícias.
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http://www.ptjornal.com/2013010913227/geral/economia/fmi-quer-varrer-funcionarios-publicos-baixar-salarios-pensoes-e-subsidios-de-desemprego.html