Bastante machucado depois de julgado o mensalão, o PT cuida da recuperação da sua imagem.
As eleições municipais serviram para demonstrar que o Partido dos Trabalhadores vem sofrendo grande perda de votos, passados para o Partido Socialista Brasileiro, tradicionalmente uma entidade de respeito no país.
Um político sempre relegado a plano inferior no governo Lula, talvez por medo do seu crescimento que pudesse concorrer com o ultrapassado dirigente, o senador Aloizio Mercadante, atual ministro da Educação, campeão de votos e dono de respeitável simpatia, acaba de tomar partido firme e decidido com a área que dirige, com apoio da presidente da República, Dilma Rousseff. Pretendem investir os ganhos da exploração futura do petróleo na chamada camada pré-sal exclusivamente na educação. A medida atinge os estados e municípios não produtores de óleo cru, que participarão dos ganhos futuramente.
Sem investimento maciço e constante na educação, o Brasil vai continuar sendo o paraíso dos marginais, de tênis e bermudas, ou paletó e gravata. Um país que tem o Hospital da Posse, por exemplo, cheira a sangue e pólvora. Para os que não conhecem o nosocômio fluminense, nele os médicos rezam pelos pacientes, é isto mesmo, ninguém leu errado, os médicos rezam, conforme divulgado na imprensa. Nem há outra saída, só com oração mesmo, pois os corredores estão cheios de leitos sujos, pacientes aguardando quinze ou mais dias por operação de urgência, corredores e banheiros imundos, sem pintura, com mofo. Ou seja, situação que não pode ser tolerada em nenhum lugar decente faz parte do cotidiano no inferno que é o citado hospital. Fosse o país educado convenientemente, absurdos desta monta não seriam lugares frequentes e comuns na vida nacional.
No trabalho de 'ressurreição' petista, por insistência do senador Mercadante, a educação entra em definitivo para o primeiro plano.
Há muito os brasileiros esperamos por esta nova era.
Quanto ao veto presidencial nos royalties dos estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo, impedindo a perda dos mesmos, a decisão era esperada, para evitar confronto judicial no STF. Na hipótese, haveria claro prejuízo daqueles estados, e pela Constituição Federal, art. 5º, XXXVI, "a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada." A derrota judicial seria certa, desgastando ainda mais o partido.
Jorge Cortás Sader Filho é escritor