Conversa com a Presidenta
Rui C. B. de Souza, 43 anos, comerciante em Belém (PA) - O que o Brasil tem feito para reduzir de fato a emissão dos gases do efeito estufa?
Gilson Gaigher Junior, 34 anos, comerciante em São Mateus (ES) - Qual a política do governo federal para as micro e pequenas empresas?
Presidenta Dilma - Nossa política, Gilson, combina redução tributária, garantia de acesso ao crédito e o fortalecimento deste importante segmento da economia. Desde o início deste ano, já estão em vigor as mudanças que promovemos no Super Simples, para ampliar o número de Microempreendedores Individuais (MEIs) e de empresas beneficiadas. Para os MEIs, o limite de faturamento anual passou de R$ 36 mil para R$ 60 mil; para as microempresas, o novo limite passou de R$ 240 mil para R$ 360 mil; e para as empresas de pequeno porte, de R$ 2,4 milhões para R$ 3,6 milhões. Para estimular as exportações os limites das micro e pequenas empresas foram duplicados, desde que a metade do faturamento seja proveniente das vendas externas. Além do mais, as micro e pequenas empresas agora podem parcelar seus débitos tributários em até 60 meses e evitar que sejam excluídas do Super Simples. Lançamos também, em setembro do ano passado, o Programa Nacional de Microcrédito Produtivo Orientado (Crescer), que atende empreendedores pessoas físicas e microempresários com faturamento anual de até R$ 120 mil. O limite de financiamento é de R$ 15 mil, e os juros, de apenas 8% ao ano. Por meio do SEBRAE, o governo oferece informações, assessoramento técnico e de gestão para os empreendedores individuais e para as micro e pequenas empresas.
Carlito B. S. Amaral, 63 anos, aposentado em Maceió (AL) - Nunca mais ouvi falar em agricultores familiares produzindo matéria-prima para a fabricação de biodiesel. Não deu certo?
Presidenta Dilma - Ao contrário, Carlito, a produção de matéria-prima pelos agricultores familiares para as usinas de biodiesel tornou-se um excepcional programa de inclusão social. O número de estabelecimentos da agricultura familiar que participam do Programa Brasileiro de Produção e Uso de Biodiesel passou de 16 mil, em 2005, para 100 mil, em 2010, e estima-se que tenha chegado a 110 mil, em 2011. O faturamento dos agricultores também aumentou de maneira exponencial, passando de R$ 68 milhões, em 2006, para, segundo estimativas, mais de R$ 1,4 bilhão, em 2011. Ou seja, cresceu 20 vezes em 5 anos. Esse crescimento extraordinário da participação dos agricultores familiares se deve, em boa medida, à organização em cooperativas. O número de cooperativas passou de 4, em 2006, para 70 atualmente. No final de 2011, já havia no Brasil 56 usinas de biodiesel e, destas, 37 possuem o Selo Combustível Social (66%). O Selo é concedido àquelas que compram dos agricultores familiares, diretamente ou através de suas cooperativas, e lhes prestam assistência técnica rural. Em contrapartida, essas empresas passam a contar com benefícios tributários, melhores condições de financiamento, participação assegurada de 80% do biodiesel negociado em leilões públicos, entre outras vantagens.
A coluna semanal "Conversa com a Presidenta" é o espaço onde a presidenta Dilma Rousseff responde perguntas enviadas por leitores de todo o País.
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