Alfândega no Brasil cobra para libertar obra cultural???
Gostaria de saber por que a Alfândega ou a fiscalização quer cobrar um tributo para liberar para entrega ao destinatário o livro "Verdades pobres de Tomás Pinto Brandão - edição crítica e estudo" (Lisboa, Novas Edições Acadêmicas, 2018, 61,90 euros), de autoria do jornalista brasileiro Jair Rattner, radicado em Lisboa, ex-correspondente do jornal O Estado de S.Paulo e da BBC de Londres e correspondente em Portugal de vários órgãos de comunicação. Trata-se de um trabalho de mestrado defendido na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa que aborda a obra e a vida de um poeta oitocentista e que será objeto de uma resenha que pretendo escrever e publicar em vários jornais, revistas e sites do Brasil, Portugal e Moçambique e, inclusive, no site do Pravda, da Rússia (edição em por tuguês). Essa pretensão das autoridades alfandegárias de cobrar pela entrada no País de obras culturais ligadas à própria história do Brasil, pois o poeta, nascido no Porto, viveu longos anos na Bahia, é uma mostra da indigência mental em que vivemos neste País. Por isso, esta mensagem vai também para os grandes órgãos de imprensa do País e do exterior para que todos tenham conhecimento disso.
Atenciosamente,
Adelto Gonçalves, jornalista (MTb 10.554-SP
Doutor em Letras na área de Literatura Portuguesa da Universidade de São Paulo (USP)
Tel. (13) 3473-6005
PS. Eis o que informa a editora portuguesa:
A escrita do poeta oitocentista Tomás Pinto Brandão é auto-referente, dentro do estilo jocoso-sério, em que a ironia e a sátira são uma constante. Não poupa termos mais mundanos para os seus inimigos e chega a usar o tom satírico mesmo para quem procurava agradar. Amealhou e perdeu fortunas, viveu em Portugal, Brasil e Angola, para terminar seus dias vendendo poesias e escrevendo a troco de comida nas academias de Lisboa. A sua escrita vale não tanto pela qualidade l iterária, mas pelas pistas que dá de como era a vida cotidiana do Portugal na época de D. João V. A pesquisa para a elaboração desta edição crítica incluiu obras que se encontram em arquivos e bibliotecas de Lisboa, Coimbra, Évora, Porto e Rio de Janeiro.