Mobilização em defesa da paz em Colômbia
Bogotá, (Prensa Latina) Organizações sociais e sindicais na Colômbia iniciam hoje uma paralisação nacional em defesa do cumprimento dos acordos de paz e em rejeição ao assassinato de camponeses e líderes sociais no país.
Marcha Patriótica, um dos movimentos que convocou à mobilização deste dia, apontou que a sociedade civil entrará em greve contra os que querem desrespeitar o Acordo de Paz assinado em Havana entre o governo e a ex-guerilh das FARC, convertida no partido Força Alternativa Revolucionária do Comum.
De acordo com David Flores, porta-voz de Marcha Patriótica, a paralisação se realizará nas zonas rurais da Colômbia, mas será apoiada com ações nas cidades.
'Vamos encontrar-nos em mobilizações pelas diferentes estradas departamentais do país', expressou.
A manifestação estará focalizada em três demandas: a implementação do Acordo de Paz, as garantias para a mobilização social e o cumprimento das exigências do setor agrário do país, reivindicadas pela Cúpula Agrária Étnica e Popular.
Em relação com a construção de paz, as organizações populares chamam ao fim dos assassinatos de camponeses e líderes sociais.
Sobre esse tema foi divulgado ontem uma carta da direção da FARC ao presidente, Juan Manuel Santos, em que advertiu sobre os inimigos que tem o processo de reconciliação no país.
Desafortunadamente, a paz e a reconciliação dos colombianos tem ainda inimigos poderosos, que não medem esforços em torpedear a implementação dos acordos, nem perdem oportunidade para semear discórdia e tratar de sabotá-los, destacou o Conselho Político Nacional da FARC.
Chamou a atenção a maneira de exemplo nos fatos violentos ocorridos no departamento de Nariño, onde tiveram lugar recentes assassinatos de líderes comunitários, além do massacre de seis camponeses com suposta responsabilidade de efetivos da força pública.
Denunciou também a ex-guerrilha a irrupção da polícia no Espaço Territorial de Capacitação e Reincorporação no município de Tumaco com o fim de deter a um cidadão que figura como miliciano nas listas entregues por parte da insurgência para todos os efeitos relacionados com os acordos assinados.
Assim apontou que no município de San José do Guaviare, vereda Colinas, no Espaço Territorial de Capacitação e Reconciliação Jaime Pardo Leal, unidades da força pública dispararam contra duas ex-combatentes das FARC-EP, sem consequências físicas que lamentar.
Não permitamos, senhor presidente, que chegue a se deteriorar a confiança entre as partes, tão custosamente construída, dimensionou o comunicado.
Ante o atual clima de incerteza que rodeia a implementação da paz, a FARC convocou a todos os mecanismos, nacionais e internacionais, contemplados nos acordos 'para que, de maneira objetiva e sossegada, nos sentemos para analisar as atuais dificuldades'.
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