Quando as crianças se mostram desinteressadas e aborrecidas com certas matérias escolares e até se zangam com os próprios pais, porque estes fazem todos os esforços para as ajudar a se interessarem (muitas vezes sem êxito...) fazendo com elas os trabalhos de casa ou procurando que encontrem interesse pelas várias matérias escolares... Apesar de todos estes esforços as crianças não lhes encontram qualquer graça. Recordo que muitas me dizem: mas para que serve estudar estas coisas? Que utilidade tem? Nunca vou precisar saber estas coisas para ser feliz!
E tudo isto porque não lhes encontram nenhuma utilidade prática. Realmente e aparentemente estudar matemática, história, saber escrever bem com uma caneta ou lápis (na era dos computadores, da internet... onde se encontra todas as informações à distância dos nossos dedos...) parece não fazer sentido, sobretudo para crianças inteligentes e com espírito prático.
Na verdade sabemos que é característica das crianças querer aprender e quando se encontram sozinhas estão constantemente fazendo todo tipo de experiências, algumas até nos parecem mais destrutivas do que construtivas, mas adoram experimentar por si próprias... O que prova que elas são curiosas, interessadas, e se sentem motivadas por descobrir o mundo à sua volta e como navegar nele experienciando belas aventuras.
Percebemos que desde que nascem as crianças se interessam por tudo o que lhes mostramos e querem aprender. Nos primeiros anos aprende a andar, a coordenar os movimentos a explorar o mundo ao seu redor, a se alimentar sozinhas, aprendem a falar repetindo connosco uma quantidade de palavras novas até que começam a quer saber o porquê de tudo...
Antes de entrarem na chamada educação formal as nossas crianças aprendem quantidades incríveis de informações e até aprendem a aplicá-las às suas vidas. Tudo isso é feito com gosto, emoção e motivação surpreendentes. Elas conseguem tudo isto naturalmente, sem pressão, sem horários, sem esquemas, planificações e/ou planos de aulas. Não é verdade? É a escola da vida, do dia a dia, que as vai ensinando e elas aderem e adoram aprender...
Então, por que é que tantas crianças que buscaram e amaram aprender de forma independente até entrarem na escola, de repente a "escola é um pesadelo"?
Por que será que elas perdem o entusiasmo e o interesse por aprender?
É real que as crianças gostam de aprender e explorar livremente o campo da aprendizagem de seus próprios interesses, mas detestam que lhes imponham e determinem o que devem aprender, porque elas nascem com um espírito naturalmente livre... A solução para que a criança volte a se entusiasmar pela aprendizagem é devolvendo-lhe o gosto pela própria descoberta, reconquistando a aventura de criar pela própria vontade de saber mais e mais, sem imposição.
E para isso é necessário reacender a chama da motivação dentro de seus próprios coraçõezinhos, para que o entusiasmado e a autoaprendizagem voltem a reacender a tocha da aventura, que é descobrir coisas novas, com as próprias mãos... essa chama continua dentro delas, basta apenas voltar a reacender o gosto por aprender.
O mais importante na aprendizagem inspiradora e motivadora é realmente entender o que lhes interessa verdadeiramente e adaptar a aprendizagem a isso. Não quer dizer que tudo sobre a sua educação tem que mudar necessariamente. Simplesmente significa que nós é que temos que mudar a forma de abordar os assuntos para as motivarmos e ajudarmos calmamente a perceber e superar a diferença entre o que a elas lhes interessa e o que a escola está tentando ensinar-lhes.
Para termos êxito com as crianças necessitamos ter em conta que a motivação se consegue com:
1. Autonomia e liberdade:
Dê-lhes tempo e liberdade para explorar e descobrir por si o que mais lhes interessa e desperta o entusiasmo. Mas para isso é necessário vermos com elas as coisas que mais gostam de saber e fazer, tendo em conta os seus interesses.
Incentive a criança em vez de a criticar constantemente, ensinando-a a desconstruir diante de tarefas complexas a possibilidade de as transformarem noutras mais pequenas, fáceis e viáveis. As crianças sentem-se mais livres, motivadas e capazes ao conseguirem por si próprias pequenos êxitos, sentindo-se mais autónomas, vitoriosas, confiantes e assim conseguimos que não passem por derrotas e falhanços, o que lhes provoca incapacidade e desinteresse.
2. Incentivos e habilidades:
Procure realizar com elas coisas que gostam de fazer e em que são realmente boas. Todas as nossas crianças têm habilidades e gostos próprios, não existem crianças desprovidas de interesses ou criatividade, o que pode acontecer é se encontrarem em diferentes níveis de habilidades devido à sua idade ou maturidade. Uma crianças de dois anos ainda não consegue ter a mesma habilidade e agilidade, para realizar tarefas, que uma crianças com seis anos. Portanto não devemos dizer nunca que não sabem fazer, ou que não conseguem, porque isso tira-lhes completamente o incentivo e a motivação.
3. Auto confiança e objetivos bem definidos:
Descubra o que as excita mais e o que a elas importa realmente realizar e dê-lhes ânimo, por exemplo incentive o seu filho a fazer uma lista de tarefas que gosta de fazer. É muito estimulante para uma criança ir "riscando" as tarefas que já conseguiu realizar ou cumprir, acrescentando outras que gostaria de conseguir fazer, etc.
Ajude-a, sempre que possível, mas não faça por ela as tarefas, para que posso sentir o gosto da realização de seus próprios objectivos. Por exemplo os jogos de Lego são excelentes para irem aprendendo a realizar e criar por si só habilidades. E existem jogos para todas as idades. À medida que o seu filho vai conseguindo realizar pequenas tarefas incentive-o e anime-o porque as crianças distraídas, muitas vezes revelam essa característica, porque já não acreditam nelas próprias e, se desinteressam facilmente, é necessário ter paciência e ajuda-las a voltarem a confiar nas suas próprias capacidades e habilidades.
Isso não significa que é fácil educar uma criança, mas é necessário da parte do adulto muita persistência, demonstrando-lhe que não há nada tão difícil que não se consiga contornar e conquistar... isto também não quer dizer que as crianças não precisam aprender assuntos básicos como leitura, escrita e aritmética simplesmente porque não são apaixonantes, significa que essas coisas são a base essencial para todas as outras aprendizagens e portanto deve ser aprendida ainda que custe um pouco. O que acontece é que as crianças geralmente aprenderão com um entusiasmo muito maior quando os temas forem aplicados de maneira que lhes permitam a liberdade de explorar durante o processo de aprendizagem. Então, vamos aplicar esses princípios de motivação para incentivar as nossas crianças a re-iluminar o seu desejo de aprender...reacendendo o fogo e a motivação para criar, explorar e aprender mais e melhor!
Quando os pais não têm motivação, entusiasmo e até têm tendência a ser depressivos é necessário que reacendam dentro de si a luz da chama que lhes dê novamente incentivos para viver e poder transmitir isso às suas crianças... Pais desmotivados transmitem inconscientemente desmotivação a seus filhos...Nesses casos recomendamos que faça uma consulta para si, em primeiro lugar e procure saber mais sobre as crianças de hoje através do livro "O meu filho é especial" ou dum Atendimento Especializado ou Terapia Multi Dimensional e de Conexão Interior.
Dr.ª Tereza Guerra
in