No Brasil, 144 obras paradas no Espírito Santo representam investimentos de R$ 525 milhões
VITORIA/BRASIL - No Estado do Espírito Santo, Sudeste do Brasil, as prefeituras de Vitoria, Serra, Vila Velha e Cariacica estão com 144 projetos de obras sem conclusão, num total de R$ 525 milhões.
Todavia, por ser 2016 um ano eleitoral, talvez algumas dessas obras sejam concluídas às pressas. Mas o povo tem de ficar vigilante, pois existem prefeitos que assinam ordens de serviços e não realizam as obras. Eles só fazem a festa, mas o bom, mesmo, que é a obra realizada, isso não acontece, e o povo fica a ver navios.
Assinar ordem de serviço não quer dizer que a obra será executada. Tem, também, um outro tipo de prefeito, como o Audifax Barcelos, da Serra, que inaugura obra sem terminar. Ele inaugurou uma praça em Jacaraipe sem terminar.
Essas obras paralisadas já foram iniciadas, gerando custos aos cofres públicos e expectativa na população. Mas, por uma série de fatores, estão paradas - e acabam causando prejuízos.
Das obras públicas realizadas pelas prefeituras da Grande Vitória, hoje, 144 estão paralisadas, o que significa R$ 525,3 milhões parados, à mercê do tempo. O valor corresponde ao custo estimado dos projetos sem finalização.
O levantamento foi feito com base nos dados do Tribunal de Contas do Espírito Santo (TCES) relativos aos municípios de Vitória, Vila Velha, Serra e Cariacica.
As informações devem ser inseridas pelas próprias prefeituras nesse sistema, obrigatoriamente e sob pena de multa, para que os cidadãos possam fiscalizar os recursos públicos. Há prazos a serem cumpridos, e por isso, no final de 2015 o TCES chegou a notificar as prefeituras por não atualizarem o sistema.
Vitória e Cariacica foram os municípios que registraram o maior número de obras paralisadas: 45 cada. Mas considerando o valor total dos contratos envolvidos, a Capital está na frente, com R$ 246,3 milhões de recursos empenhados em obras sem andamento.
De acordo com o TCES, também estão em Vitória as cinco obras paradas mais caras. Três desses contratos envolvem projetos de urbanização e habitação nos bairros São Benedito, Itararé, Bonfim, Consolação e Bairro da Penha. As obras envolvem R$ 24 milhões, R$ 23,4 milhões e R$ 17,8 milhões respectivamente.
Em Cariacica, as paralisações somam R$ 82,7 milhões, sendo a principal delas a construção do Centro de Referência Integrada de Arte-Educação (Criar), em Jardim América, parada desde 2013.
Já na Serra, constam 40 obras paradas, entre elas a primeira etapa do Contorno Viário de Jardim Carapina, que vai ligar a Rodovia do Contorno até a Reta do Aeroporto. Ela demanda um investimento de R$ 17,5 milhões e não está sendo tocada desde setembro de 2014.
Em Vila Velha, a maior parte das 14 obras que estão sem andamento são por rescisão contratual, totalizando R$ 53,5 milhões.
A partir do dia 2 de julho fica proibido que os prefeitos candidatos à reeleição compareçam a inaugurações de obras públicas, de acordo com a legislação eleitoral. A data antecede três meses do pleito. As obras não ficam impedidas de serem inauguradas, mas deverão ser entregues por outra pessoa que não seja candidata.
ANTONIO CARLOS LACERDA é Correspondente Internacional do PRAVDA.RU