Por que os EUA apoiam "Al-Qaeda" na Síria?
Bagdá - Numa das reuniões a portas fechadas de que participou, o secretário-geral do Hezbollah libanês, Sayyed Hassan Nasrallah, disse:
"Qualquer fracasso da Rússia, hoje, na Síria, empurrará o urso russo contra a muralha de seus próprios limites geográficos. A Rússia não poderá continuar a expandir sua influência fora do país. E o apoio dos aliados dos EUA no Oriente Médio à Frente al-Nusra (al-Qaeda na Síria) visa a atingir diretamente a Rússia, sabendo que "al-Qaeda" jamais será leal aos EUA.
Washington nada espera ganhar com algum crescente poder da al-Qaeda, mas, sim, com arrancar a Rússia da Síria. Por tudo isso, o Kremlin está diante de um desafio estratégico.
A única opção para o presidente Vladimir Putin da Rússia é a vitória. Ou o fracasso será catastrófico para Moscou."
Uma fonte entre a equipe da liderança na sala de operação dos 4 +1 (Rússia, Iraque, Síria e Irã plus Hezbollah do Líbano, disse a "AL-RAI" que
"A Rússia quer que o mundo saiba que o controle absoluto e unilateral dos EUA sobre o mundo é passado; a aposta dos EUA depende de o front da oposição síria, incluindo al-Qaeda, resistir à força aérea russa pelo maior tempo possível.
Washington quer mobilizar o necessário apoio internacional para pôr fim aos ataques russos que viraram a mesa sobre todos os atores na região, especialmente a Turquia, cujo líder jurou que oraria na Grande Mesquita de Damasco quatro meses depois do início das agitações na Síria em 2011. Por tudo isso, ficou decidido - considerando o intenso suporte militar que está chegando à al-Qaeda e seus aliados - aumentar o número de ataques aéreos e a força letal destrutiva, para infligir perda máxima entre os grupos extremistas em al-Sham, quando começar a grande batalha para libertar as áreas rurais do norte."
Segundo essa fonte, que atua como coordenador entre as salas de operação militar em Bagdá e Damasco
"as forças em solo do exército sírio, as forças aliadas do Corpo de Guardas Revolucionários Iranianos [orig. Iranian Revolutionary Guards (IRGC)], o Hezbollah libanês e outros aliados estão avançando lentamente exclusivamente para encurtar a distância das principais forças do inimigo e fazer contato direto em vários fronts em áreas rurais de Homs, Hama, Aleppo e Latakia para enfrentar a maior força dos rebeldes sírios "Jaish al-Fath" ('exército da conquista') do qual a Al-Qaeda é o principal aliado.
Por enquanto, os canhões 120mm e 160 mm realmente não afetam os militantes e suas congregações como o esperado, porque os alvos estão fora do alcance da artilharia. Mas o avanço principal agora visa a levar as principais forças de ataque - que ainda não entraram em combate - para muito próximo da área rebelde para, em dias ou semanas vindouras, começar a grande ofensiva."
A fonte disse que,
"A força aérea russa atingiu cerca de 500 alvos entre os terroristas e controla centros, comunicações, campos de treinamento e depósitos de armas dos centros de controle estratégico e tático. Drones e recursos humanos em solo atualizam e renovam o banco de alvos. A Força Aérea Russa presente nos céus da Síria alcança qualquer aglomerado, de forma que Al-Qaeda e seus aliados não têm mais como promover qualquer grande ofensiva ou reunir grande número de forças para atacar qualquer área controlada pelo exército sírio regular. A Força Aérea Russa atinge diariamente demarcação e linhas de defesa dos rebeldes e usa munição especial para infligir o maior dano, principalmente, para reduzir o uso dos mísseis TOWsantitanque, presenteados aos terroristas pelos EUA. Todos, inclusive a al-Qaeda, estão usando os TOWs, não só contra tanques e veículos armados, mas também contra indivíduos, porque os recebem em quantidades generosas. O mundo ainda recorda os mísseis Stinger que os EUA deram de presente aosMujahedeen e que fizeram a história do Afeganistão; e também recordará por muito tempo os TOWs que os EUA dão agora aosMujahedeen na Síria".
A Força Aérea Russa garantirá apoio à próxima grande ofensiva por terra. Mais forças se reúnem nos próximos dias. O Hezbollah está injetando novas forças, na área rural de Idlib. Cerca de 3.000 combatentes novos, da força de mobilização, foram injetados na área "para que possam acumular experiência a ser usada um dia contra Israel". Esses, não participarão de contato direto com grupos extremistas, "tarefa deixada para os soldados de elite, já ativos na área e que tomaram parte na luta em Qusseir, Yabrud, Qalamoon e Zabadani."
O Hezbollah e a Síria também estão satisfeitos com a coordenação entre russos e israelenses, que impede atritos com Israel nas fronteiras com a Síria. Em troca, Israel obrigou-se a não atacar o Exército Sírio, como apoio a rebeldes sírios. Funcionários dos dois lados, de Israel e da Rússia, estão em contato frequente, ativos na arte do impossível na Síria.
Por razões ignoradas, os EUA rejeitaram qualquer troca de inteligência e coordenação de ataques aéreos, e recusaram-se a discutir o banco de alvos, que pode contribuir efetivamente para derrotar o terror na Síria. A acreditar-se no que tantos dizem, a guerra contra o terrorismo seria objetivo regional e internacional. *****
16/10/2015, Elijah J Magnier, Blog