Há três dias, o secretário-geral do Hizbollah libanês, Hassan Nasrallah, avisou Israel contra "movimentos estúpidos": Nasrallah disse que os combatentes do Hezbollah estão na Síria, em luta contra grupos extremistas, tentando reduzir as ameaças terroristas contra a Síria, o Líbano e toda a região.
Aliado chave do presidente sírio Bashar al-Assad, Nasrallah disse que ataques israelenses contra a Síria "são ataque contra todo o eixo da Resistência" - que inclui Hezbollah, Damasco e Teerã.
18/1/2015, Moon of Alabama - http://goo.gl/sS2yNd
Nasrallah disse que os combatentes do Hezbollah estão na Síria, em luta contra grupos extremistas, tentando reduzir as ameaças terroristas contra a Síria, o Líbano e toda a região.
Falando da luta na Síria como "luta existencial", Nasrallah disse que o golpe contra o país vizinho visa toda a Resistência, e a ação do Hezbollah na Síria tem o objetivo de preservar a Síria e também de preservar o Líbano.
"Os repetidos bombardeios que atingiram vários alvos na Síria são grave violação, eentendemos que qualquer ataque contra a Síria é ataque contra todo o eixo da Resistência, não só contra a Síria" - disse Sua Eminência a um canal de TV árabe em Beirute.
"O Eixo da Resistência tem capacidades para responder. Pode acontecer a qualquer momento" - avisou.
Israel não prestou atenção ao aviso. Atacou hoje um comboio do Hizbollah na parte síria das colinas do Golan e matou o comandante do Hizbollah na Síria, com outros seis combatentes da Resistência. Um dos mortos hoje é Jihad Imad Mughniyeh, filho do comandante Imad Mughniyeh do Hizbollah, morto por agentes israelenses há alguns anos. No ataque, Israel usou mísseis disparados de um helicóptero que sobrevoava território israelense.
Dois pontos sobre o ataque:
- Israel está apoiando a Al-Qaeda na Síria, codinome Frente al-Nusra, na parte síria das colinas de Golan. O ataque contra o Hezbollan hoje deve (também) ser entendido como apoio direto de Israel à Al-Qaeda.
Como Israel soube onde atacar? Ou a segurança das comunicações do Hizbollah falhou; ou há (outro) espião nas fileiras do Hizbollah; ou foi pura sorte. Não acredito que coisas assim aconteçam por pura sorte. O ataque com mísseis indica conhecimento perfeito da posição do alvo, o que me leva a crer que algum dos mortos levasse consigo um celular rastreado ou algum outro tipo de 'farol' eletrônico.
Até agora, a reação do Hezbollah foi pôr imediatamente em prontidão as suas forças na fronteira Líbano-Israel; e Israel intensificou os sobrevoos (ilegais) sobre território libanês.
Não tenho dúvidas de que o Hizbollah retaliará duramente. Mas a retaliação virá em momento que corresponda a interesses, necessidades e capacidades da Resistência. Entendo que resposta imediata, embora justificável, não é provável. Mas não há dúvidas de que se deve esperar uma resposta dentro dos próximos dois meses, antes das eleições gerais em Israel.
O discurso de Nasrallah, há três dias, foi relativamente agressivo. Netanyahoo reagiu com forte escalada na situação. Netanyahu calcula que o Hizbollah não conseguirá responder, eficazmente ou não, em prazo que ameace as chances eleitorais de Netanyahu. É muito provável que venha a descobrir que cometeu enorme erro. ******