A Central Única dos Trabalhadores (CUT) do Chile manifestou, nesta sexta-feira (12), satisfação pelo nível de participação cidadã na paralisação nacional e as marchas da última quinta (11), que considerou um dia histórico de protesto. Em declarações a Prensa Latina, a presidenta da CUT, Bárbara Figueroa, ressaltou que as manifestações se replicaram em todo o país.
"Isto tem tido uma expressão nacional, de diversas formas, e nós o dissemos, que teriam diversas dinâmicas para cada uma das organizações, mas o que ninguém poderá dizer é que os trabalhadores não se mobilizaram", enfatizou a dirigente.
Figueroa considerou que os protestos foram contundentes, e se mostrou satisfeita pelos numerosos sindicatos e organizações sociais que responderam ao chamado da multissindical.
"Às manifestações foram apenas organizações filiadas à CUT, mas também dirigentes e sindicatos que sem pertencer à Central se sentiram convocados pelas demandas, e isso o reconhecemos e o saudamos tremendamente", destacou.
Na quinta (11), ao fazer um balanço diante dos meios de comunicação, a presidenta da CUT disse que meio milhão de pessoas fizeram parte da paralisação e as marchas em todo o país. Na capital, a dirigente manifestou que foram 150 mil os participantes.
A central operária calculou que um 95% do setor público esteve envolvido na paralisação, e o ministro do Interior, Andrés Chadwick, em um balanço diferente, disse que só 6,4% dos empregados desse setor somou-se à mobilização.
As marchas em Santiago realizaram-se de maneira pacífica, com bandeiras grande e coloridas, cartazes, e animadas com bandas de música, mas ao termo das mesmas entraram em ação Forças Especiais da Polícia de Carabineros com jatos de água e gases lacrimogêneos, em confrontos com jovens encapuzados.
Uma ampla quantidade de soldados colmou as imediações do Mercado Central e a Estação Cultural Mapocho, no mesmo setor da emblemática Alameda, em frente à Casa Central da Universidade do Chile, se converteram em palcos de violência.
A polícia de Carabineiros informou que 67 pessoas foram detidas no dia, 26 deles pela manhã, em que a cidade amanheceu com barricadas em uma vintena de pontos, enquanto jovens encapuchados atacaram uma sucursal bancária e queimaram um ônibus de transporte urbano.
Nas manifestações, a CUT demandou uma nova institucionalidade trabalhista, para os trabalhadores do setor público e privado, com direito a negociação coletiva real e direito a greve.
Também solicitou o fim das Administradoras de Fundos de Pensões, cujos ganhos crescem por ano, enquanto os fundos dos trabalhadores se desvanecem, segundo tem denunciado o sindicato e fez um chamado a lutar para jogar abaixo a grande desigualdade existente no país, através de grandes reformas em matéria social, que melhorem a educação, a saúde e em geral fomentem uma vida de trabalho digna.
Fonte: Prensa Latina
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