A OTAN e a Rússia: Um longo e sinuoso caminho do parceiro júnior ao inimigo

A Aliança do Atlântico Norte continuará a apoiar a Ucrânia, mas isso não a torna parte do conflito, disse o Secretário Geral da OTAN Jens Stoltenberg em uma entrevista com a NBC. É claro que não faz. Esta é a opinião deles, e a opinião da Rússia sobre o assunto é diferente.

A OTAN começou a tratar a Rússia como um "irmão mais novo" durante o período pós-soviético. Hoje em dia, o Ocidente lucra com o armamento de Kyiv. O sonho antigo se tornou realidade - as duas antigas nações fraternais foram feitas inimigas juramentadas. O Ocidente conseguiu isso de fato.

Parceria para a Paz

A OTAN começou a "domesticar" a Rússia durante a guerra na Iugoslávia. Sob o lema de "promover um acordo" na Bósnia, Washington realizou com sucesso seu projeto de expansão do bloco em detrimento dos Estados do Leste Europeu. Os "países parceiros" do antigo Pacto de Varsóvia e das repúblicas soviéticas faziam fila para a sede da OTAN em Bruxelas, ao mesmo tempo em que trombetavam slogans anti-russos. O mundo estava se movendo com sucesso em direção ao "mundo" americano unipolar.

O corpo de 60.000 soldados da OTAN (20.000 dos Estados Unidos) foi enviado para causar o colapso da Iugoslávia. Por decência, a ONU diluiu o pessoal militar americano com pessoal militar não americano, incluindo uma unidade russa de 1.500 homens. A Rússia pode ter tido suas próprias opiniões sobre a proteção da população civil sérvia, mas Moscou ainda não interferiu no processo de destruição do antigo Estado amigo.

A questão sobre a separação dos lados opostos era sobre a divisão do grande país em um bando de pequenas repúblicas. Este cenário pode sempre ser posto à prova em qualquer país multinacional que tenha um governo central fraco.

Alguns podem provavelmente se lembrar do incidente entre as forças russas e da OTAN sobre o Aeroporto Internacional de Pristina em 1999. As tropas russas chegaram lá rapidamente, mas também saíram muito rápido. A OTAN já estava dando palmadinhas nos ombros das novas autoridades russas.

Isto posteriormente levou ao surgimento dos programas da Parceria para a Paz e dos exercícios militares conjuntos Rússia-NATO.

A OTAN começou a se mover para o Leste fechando os olhos para as políticas russofóbicas dos Estados bálticos e dos poloneses. Quando eles começaram a demolir monumentos aos soldados soviéticos naquelas repúblicas, a OTAN também não podia se importar com isso. Os bombardeios bárbaros da OTAN contra civis sérvios não impediram Moscou de ver tudo isso como um espectador passivo.

O então Ministro da Defesa da Rússia Grachev falou em voz alta com a liderança da OTAN sobre o tema da expansão da OTAN. Entretanto, as garantias da OTAN sobre o "papel-chave da Rússia, a importância do diálogo político" poderiam facilmente suavizar essas diferenças.

Hoje podemos ver a OTAN tentando quebrar a Rússia com a ajuda da Ucrânia. A questão sobre o uso de armas nucleares ainda permanece no nível do "talvez".

A URSS deixou de existir há décadas, mas a OTAN ainda dá prioridade às políticas anti-russas. A Rússia sempre interferiu com aqueles que desencadearam guerras no continente europeu, mesmo que tentem fazê-lo a partir do exterior.


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Petr Ermilin