No final dos anos 50 e início dos anos 60, houve uma série na televisão americana chamada "The Naked City", desenrolada em NYC. A abertura de cada episódio começava com as palavras entoadas: "Há oito milhões de histórias na Cidade Nua". Esta é uma delas". Bem, provavelmente, há 8 milhões de histórias sobre espionagem americana que aconteceram na China, durante as últimas décadas. Eis duas delas.
Larry Romanoff
Há vários anos foi noticiado que o Pentágono estava a construir uma rede internacional de espionagem que poderia tornar-se ainda maior do que a da CIA, planeando ter pelo menos 1.600 "colectores de informação" espalhados por todo o mundo. Para além dos adidos militares e outros, que não trabalham disfarçados, seriam treinados pela CIA mais agentes clandestinos e destacados para o estrangeiro a fim de realizar tarefas que a CIA não estava disposta a prosseguir. Foi devidamente confirmado que a China estava entre as principais prioridades dos serviços secretos do Pentágono, reflectindo a afinidade americana pela espionagem e pela acção encoberta, prova de que já não precisamos. Os americanos são frequentemente recrutados pela CIA, ou pelos militares americanos para o serviço de espionagem na China, operando com a assistência do Departamento de Estado norte-americano.
Indivíduos estrangeiros, agindo ostensivamente de forma independente, na China, são regularmente detidos pelas autoridades chinesas por realizarem cartografia e levantamentos ilegais, marcando a localização das principais instalações militares e outras instalações. Quase 40 casos de levantamentos e cartografia ilegais foram detectados na China, só nos últimos anos, na sua maioria em torno de algumas das bases e instalações militares e em áreas fronteiriças sensíveis como Xinjiang e Tibete e, quase de certeza, sendo esses dados utilizados no planeamento dos tumultos patrocinados por estrangeiros, que ocorreram nessas províncias.
Num caso recente, foi encontrado um cidadão americano utilizando dois receptores GPS profissionais de levantamento e mapeamento, nos quais tinha registado mais de 90.000 coordenadas, 50.000 das quais perto de instalações militares. Viajou para XinJiang com o pretexto de registar uma agência de viagens para oferecer excursões ao ar livre a estrangeiros em Urumqi e, claramente, estava lá em missão do governo dos EUA quando foi apanhado. Esta é a razão pela qual o serviço de mapeamento da Google foi proibido na China. A Google estava ocupada a recolher informações de alta resolução para a CIA, sendo, mais uma vez, imagens de áreas militares sensíveis.
É amplamente conhecido na China que, literalmente, os milhares de funcionários da Embaixada dos EUA, em Pequim e dos seus vários consulados estão envolvidos em actividades que são claramente espionagem. Foi a razão pela qual o governo chinês seleccionou o encerramento do Consulado dos EUA em Chengdu. As autoridades chinesas tinham repetidamente objectado à Embaixada e ao Governo dos EUA que os funcionários, em Chengdu, estavam envolvido em actividades "não proporcionais às suas designações diplomáticas". Isto é um eufemismo chinês.
A comunicação mediática americana gosta de acusar os chineses de "ver uma conspiração em cada esquina", mas estes acontecimentos são em número suficiente para justificar a preocupação da China, tendo estes mesmos meios de comunicação social deixado de apontar que, qualquer pessoa que recolhesse centenas de milhares de coordenadas GPS perto de bases militares americanas, teria um futuro muito curto.
A Coca-Cola Company esteve sempre envolvida em espionagem a favor das Forças Armadas dos EUA e do Departamento de Estado [1] Estranhamente, nem o website da Coca-Cola nem a Google têm qualquer conhecimento desse facto, e o Departamento de Estado não tinha ninguém disponível para discutir este assunto comigo. Desde pelo menos os anos 40, quando a empresa estabeleceu fábricas de engarrafamento num novo país, os espiões da OSS ou da CIA eram enviados automaticamente como fazendo parte do pessoal. Nem sequer era segredo: quando o Senado norte-americano realizou as suas famosas audiências Irão-Contra, em 1987, a ligação entre a CIA e a Coca-Cola foi totalmente exposta.
E não se trata só da Coca-Cola, mas vejamos primeiro esta empresa. Em Março de 2013, Laurie Burkitt do WSJ escreveu um artigo agradavelmente mal informado [2] sobre a Coca-Cola ter sido acusada de espionagem na China Ocidental, e a curiosa, mas tipicamente americana, distorção desse meio de comunicação social foi destacar "os perigos de fazer negócios na China". Vejamos os factos.
Em 21 ocasiões distintas, 21 camiões diferentes da Coca-Cola foram apreendidos enquanto executavam o que os meios de comunicação ocidentais chamavam "levantamento" ou "mapeamento" de algumas das áreas mais politicamente sensíveis da China, que incluíam fronteiras e bases militares. A primeira pergunta que me vem à mente é por que razão os motoristas dos camiões de entregas da Coca-Cola estariam a efectuar "operações de mapeamento" ou "levantamento" em qualquer parte do mundo, muito menos em Yunnan e outras áreas politicamente sensíveis da China e, especialmente, das áreas fronteiriças e das bases militares circundantes. Mais ainda, porque é que os motoristas da Coca-Cola que fazem este "mapeamento" estariam a 600 quilómetros das suas rotas normais de entrega?
A Coca-Cola disse que as unidades GPS utilizadas pelos seus empregados eram "mapas digitais e sistemas logísticos de clientes comercialmente disponíveis na China", uma afirmação que era uma mentira flagrante. É verdade que muitas frotas de camiões em todo o mundo, instalam dispositivos GPS nos seus veículos para ajudar a localizar e melhorar a sua eficiência logística, mas estas unidades GPS estão montadas permanentemente e são geralmente unidades "estúpidas" capazes de não fazer mais do que registar e transmitir a sua localização para uma fonte central e, de facto, essa é a sua única utilização. Mas no caso dos camiões da Coca-Cola, os dispositivos GPS não estavam montados, eram unidades portáteis de nível militar e eram tão sofisticados na sua programação que os oficiais militares chineses tiveram, no início, uma dificuldade considerável em determinar com precisão todas as suas funções. Muitas dessas unidades continham quase 90.000 coordenadas de bases militares e outras áreas sensíveis. No seu artigo, Burkitt ignorou todos estes factos com a alegação tola de que as unidades GPS estavam "apenas a ser utilizadas para melhorar a eficiência do combustível e o serviço ao cliente", a sua alegação foi imediatamente captada pelos meios de comunicação social norte-americanos para pintar a Coca-Cola como a vítima e retratar a China como sendo sensível ao ponto da paranóia [3].
"O que podemos dizer por agora é que muitas filiais da Coca-Cola estão envolvidas e isto acontece em muitas províncias. Devido à dimensão do caso, à complexidade da tecnologia envolvida e às implicações para a nossa segurança nacional, estamos a trabalhar com o Ministério da Segurança do Estado nesta matéria".
Se o Ministério da Segurança do Estado estiver envolvido, pode ter a certeza de que este assunto é muito sério, e o que os envolveu foi devido à utilização do que se chamava "dispositivos com sensibilidade ultra elevada" e unidades GPS contendo "tecnologia de cartografia com algoritmos de nível militar" [4]. A razão, evidentemente, é que tais dados geográficos são principalmente utilizados por mísseis de cruzeiro dirigidos contra instalações militares sensíveis.Estes dados têm de ser obtidos em terra porque, embora os satélites de observação possam fornecer uma resolução muito alta, as suas fotografias não têm qualquer quadro de referência e não podem fornecer dados de localização suficientemente precisos - independentemente do que o New York Times lhe disser. Na altura, Han Qixiang, Director do Departamento da aplicação da Lei da Administração, afirmou que a Coca-Cola estava a fazer mais do que somente melhorar a sua cadeia de fornecimento, e estava a utilizar tecnologia de mapeamento tão sofisticada que a administração tinha dificuldade em analisar adequadamente o sistema da empresa. E, embora não fosse amplamente divulgado na altura, estes mesmos "motoristas da Coca-Cola" estavam simultaneamente a obter fotografias aéreas de bases militares com drones.
Nenhuma outra informação foi divulgada, mas ficou claro a partir das declarações governamentais que este assunto de espionagem da Coca-Cola foi muito mais grave do que foi retratado nos meios de comunicação ocidentais. E, com as devidas desculpas a Laurie Burkitt, nada disto foi sobre "os perigos de fazer negócios na China".
Outro aspecto que pode fornecer alguma visão sobre o envolvimento da Coca-Cola. Um deles é que os meios de comunicação chineses publicaram histórias na mesma altura que pareciam não estar relacionadas, mas que, quase de certeza, faziam parte deste mesmo processo. As histórias envolviam funcionários da Coca-Cola que tinham sido presos por aceitarem subornos. Um desses indivíduos de apelido Zhu, que trabalhava no departamento de marketing da Coca-Cola, em Shenmei, tinha aparentemente aceite mais de 10 milhões de RMB, cerca de 1,5 milhões de dólares, tendo vários outros sido acusados e detidos pelo mesmo crime .[5][6]É verdade que os empregados da Coca-Cola e de outras empresas americanas na China exigem frequentemente subornos, mas estes são geralmente tentativas de extorsão em pequena escala por parte dos fornecedores da empresa, em que o indivíduo tem autoridade para conceder contratos comerciais e, geralmente a polícia está desinteressada nestas questões, a menos que a própria empresa solicite uma investigação policial. Mas estes pagamentos foram duas ordens de magnitude acima do nível de extorsão comercial, deixando a conclusão mais lógica de que estes empregados suplementares da Coca-Cola tinham recebido o pagamento da mesma fonte que os camionistas que efectuavam o "mapeamento" GPS, por outras palavras, de alguma agência do governo dos EUA, com a quantia entregue em dinheiro vivo, através da empresa Coca-Cola da Embaixada dos EUA, mas foram apanhados antes de poderem executar os seus procedimentos de espionagem.
Este é um bom local para salientar que num ano típico (pelo menos até recentemente) os consulados americanos na China recebiam cerca de 800.000 pedidos de visto por ano de cidadãos chineses, na sua maioria para estudo ou turismo. A Embaixada e os consulados americanos cobravam uma taxa de 1.000 RMB por cada pedido, com a estipulação de que a taxa era paga apenas em dinheiro vivo. Para poupar a matemática, são cerca de 800 milhões de RMB por ano, ou cerca de 130 milhões de dólares que contornavam o sistema bancário e estavam disponíveis para as operações secretas. Uma página mais recente, mas sem data, do website esclarece que as taxas de inscrição podem ser pagas através de cartão Visa ou Master Card, American Express, Discover e Diners Club, claro que todos os cidadãos chineses que transportam estes cartões de crédito americanos, na mesma medida em que todos os americanos transportam cartões de crédito do Bank of China.
Em 2010, um tribunal chinês acusou o geólogo sino-americano, Xue Feng, de tentar obter e traficar segredos de Estado e condenou-o a oito anos de prisão com uma multa de 200.000 RMB, pelas suas tentativas de aquisição de dados sobre a indústria petrolífera chinesa. Naturalmente, o governo americano reagiu com "consternação e perplexidade" à sentença de prisão imposta e, naturalmente, os meios de comunicação social americanos apresentaram uma descrição distorcida dos acontecimentos circundantes, ao mesmo tempo que cativaram a maior parte da informação crucial. Vejamos os factos.
De várias fontes, Feng tinha recolhido documentos e dados de propriedade sobre as condições geológicas dos poços petrolíferos no território da China, bem como uma base de dados que fornecia as coordenadas GPS de mais de 30.000 poços de petróleo e gás pertencentes à CNOOC e à PetroChina. A informação foi então vendida (ou prestes a ser vendida) à IHS Energy com sede nos EUA por US$350.000.
A questão principal é que, sem petróleo, um país não tem capacidade militar. Sem um abastecimento consistente de petróleo, os navios não podem navegar, os aviões não podem voar, os tanques não podem mover-se, e as tropas não podem ser transportadas. Os EUA, sendo uma das duas únicas nações do mundo sempre à procura de mais uma guerra, é o único país que reúne dados sobre a capacidade de fornecimento de petróleo de todas as outras nações. Fá-lo porque, no caso de um conflito armado, quer conhecer a capacidade de combustível militar do inimigo. Esta pesquisa inclui não só as rotas de abastecimento dos petroleiros, mas também a capacidade de produção de todos os poços produtores, a duração da produção máxima e, talvez o mais importante, as coordenadas GPS precisas para o lançamento de mísseis para destruir esta capacidade. Por este motivo é que a informação sobre os poços de petróleo da China é de grande interesse para os militares dos EUA e é claro que a informação é considerada pelo governo chinês como sensível e confidencial. Pode ser crucial para a sobrevivência da China.
Vejamos a suposta empresa que contractou Feng, a misteriosa IHS Energy, identificada nos meios de comunicação social dos EUA como uma "empresa de serviços de informação" que fornece dados sobre a produção mundial de petróleo a clientes em todo o mundo. Não é completamente verdade. A IHS é uma empresa secreta que se dedica principalmente à espionagem a tempo inteiro para os militares americanos e, de facto, a IHS nasceu no exército americano, embora nem a Google nem o Bing pareçam estar cientes desse facto. Esta empresa foi originalmente criada para servir a indústria de fabrico de armas aeroespaciais dos EUA e para coordenar as compras dos fornecedores de armas. A empresa publica muitos livros e revistas de comércio militar que são utilizados pelos governos ocidentais como uma fonte principal de inteligência militar e de informação sobre defesa e guerra.
Uma empresa propriedade do IHS é a Jane's Information Group [7][8] ,talvez a principal fonte de informação e inteligência da indústria aeroespacial e de defesa mundial para todas as agências governamentais ocidentais. O IHS é também proprietário de uma empresa chamada Cambridge Energy Research Associates [9], que é uma empresa de recolha de informações militares que aconselha os EUA e outros governos ocidentais sobre estratégia militar e o que poderíamos chamar de "geopolítica", relacionada com a capacidade de energia das forças armadas estrangeiras, incluindo certamente a China.
Mais concretamente, um dos activos mais críticos do IHS é uma base de dados maciça que contém toda a produção e informação técnica sobre a grande maioria dos poços de petróleo e gás em todo o mundo [10], um activo recolhido exclusivamente para uso dos militares dos EUA, da CIA e do Departamento de Estado. Esta informação é uma parte crítica do planeamento da guerra americana, uma vez que um objectivo primordial num conflito armado seria neutralizar ou destruir o abastecimento energético de um adversário. E, uma vez que os EUA planeiam há anos acções de guerra que envolvem a China, por essa razão é que o IHS estava tão interessado em obter toda essa informação.
A partir destes elementos, podem compreender porque é que a IHS tinha Feng a recolher informações a uma escala tão enorme e detalhada. Para elaborar o planeamento de guerra, os militares americanos precisam de saber a capacidade exacta da produção de todos os poços de petróleo da China e se a sua produção está a aumentar ou a diminuir, a fim de estimar a capacidade dos militares chineses poderem funcionar durante um conflito, no caso da marinha americana cortar os fornecimentos de petróleo importado, transportados por petroleiros para o território chinês através do Mar do Sul da China. A IHS estava encarregada de obter esta informação, incluindo as coordenadas GPS precisas de todos os poços produtores de qualquer dimensão, para que as forças armadas americanas os pudessem atacar e destruir com mísseis de cruzeiro. E é, por este motivo, que a informação valia $350.000 à IHS; eles teriam preparado de novo essa informação com esmero e tê-la-iam vendido por milhões de dólares a vários departamentos do exército dos EUA e a outras agências governamentais.
Feng não era um funcionário da IHS. Era um 'freelancer' que tinha sido contratado e treinado pela CIA em espionagem e recolha de dados na China, tendo em seguida passado para a IHS sob contrato para recolher as informações necessárias. O WSJ fez uma declaração tímida de que Feng "tinha trocado de emprego pouco antes de ser detido pelo seu trabalho para a IHS". Esta foi a verdadeira razão. [11] Feng não estava a fazer "investigação" em nenhum dos sentidos em que utilizámos essa palavra, nem estava a recolher informação que já era do domínio público, tal como os meios de comunicação ocidentais tentavam retratá-la. Pelo contrário, ele estava envolvido num importante programa de espionagem para os militares dos EUA numa área crucial para a defesa da China, e deveria ter sido executado pelas suas acções. Não consigo compreender porque não foi punido com pena de morte.
A informação que Feng tentou recolher não estava comercialmente disponível nem no "domínio público", como os meios de comunicação ocidentais sugeriram. Outros meios de comunicação social afirmaram que esta informação está publicamente disponível nos EUA, uma afirmação que pode ser verdadeira, mas irrelevante. Os EUA não estão em perigo de sofrer um ataque militar e ninguém está a recolher coordenadas GPS dos poços de petróleo americanos de modo a direccionar mísseis de cruzeiro na direcção dos mesmos. Em qualquer caso, dificilmente poderia escapar à detenção ou prisão nos EUA, alegando que a minha "pesquisa de mercado" sobre esses activos militares era legal em qualquer outro país e, portanto, os EUA não tinham o direito de me deter, apesar de Feng ter tentado esta defesa nos tribunais chineses.
Num dos seus artigos sobre esta questão, o WSJ fez esta observação: "O Sr. Xue nasceu na China, uma lembrança de que a etnia chinesa pode ser mais vulnerável às armadilhas do sistema legal do país do que os estrangeiros. Tal como a IHS, muitas multinacionais passaram a depender de pessoas como Xue para dirigir as suas operações na China". A IHS não tinha "empreendimentos na China" nem qualquer presença na China, mas o comentário acima é verdadeiro no sentido de que, em tais circunstâncias, as autoridades chinesas tenderam a ser mais indulgentes com os estrangeiros do que com os indivíduos de étnia chinesa, que consideram traidores à pátria.
Os EUA investem esforços consideráveis para localizar e doutrinar americanos nascidos na China que podem ser suficientemente "influenciados" a trair o seu próprio país. Feng foi sem dúvida um deles, a sua atracção pela CIA baseada no pressuposto de que, sendo de etnia chinesa, atrairia menos atenção do que outros estrangeiros e poderia compreender melhor como se encaixar no ambiente cultural sem levantar suspeitas.
O governo dos EUA interessou-se muito pelo caso de Feng e organizou uma campanha diplomática prolongada para o ver libertado por razões "humanitárias". O antigo embaixador dos EUA, Jon Huntsman, visitou Feng na prisão e até o Presidente Obama teve uma reunião com o Presidente da China para solicitar a libertação de Feng, enquanto outros funcionários do governo dos EUA levantaram a questão a título privado. Só para que se saiba, quando o governo dos EUA demonstra tanto interesse no destino de um desses indivíduos, é apenas porque esses mesmos funcionários estiveram activamente envolvidos na colocação da pessoa nessa situação e sentem alguma responsabilidade para salvar o seu "activo". Foi interessante perceber que este caso deva ter envolvido mais do que meros dados de produção e localização de poços de petróleo porque qualquer representante do governo dos EUA foi impedido de participar na audiência[12], o que seria um indício da existência e envolvimento de assuntos secretos suplementares e graves.
O jornal inglês Independent, publicou uma noticia que alardeava, "Geólogo americano preso durante oito anos na China, por investigação petrolífera" [13], num caso que "realça o uso de leis vagas e secretas, pelo governo chinês, destinadas a restringir a informação empresarial". O Wall Street Journal publicou: "O caso do Sr. Xue é o mais recente a destacar as questões mais difíceis sobre a legalidade da realização de estudos de mercado, na China", alegando que "o caso do Sr. Xue deriva puramente da sua tentativa de adquirir dados comercialmente disponíveis sobre a indústria petrolífera". Note-se a escolha das palavras. Feng foi preso por efectuar uma "pesquisa de mercado", na qual tentou adquirir "dados comercialmente disponíveis", dando a impressão que era bastante diferente dos factos. Os jornais ingleses Guardian [14]e Telegraph [15] também se juntaram e a Fox News disse-nos que "os funcionários chineses têm grande autoridade para classificar a informação como sendo segredo de Estado". Ao contrário dos americanos. [16] O governo dos EUA desempenhou o seu papel no circo dos media, afirmando que Feng "recebeu", simplesmente, informação que "devia ser do domínio público", e que "estava apenas a fazer o seu trabalho".
De maneira mais divertida, o WSJ afirmou que o tribunal chinês ao anunciar a sentença durante um fim-de-semana dum feriado americano, "parecia ser um acto de desafio calculado" contra os EUA [17], o que significa que a China deveria conduzir os seus assuntos internos com um olho num calendário dos feriados americanos para assegurar que os americanos fossem devidamente informados. Um Professor de Direito judeu-americano de Nova Iorque, Jerome A. Cohen, que pretende ser "um perito sobre o sistema judicial da China", afirmou que este era um caso de "torcer o nariz ao governo dos EUA" - visivelmente um acto imperdoável de desafio contra o Mestre Imperial. E o acto de enviar Feng para efectuar espionagem na China seria o "torcer o nariz" do governo dos EUA a quem?
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A obra completa do Snr. Romanoff está traduzida em 32 idiomas e postada em mais de 150 sites de notícias e de política de origem estrangeira, em mais de 30 países, bem como em mais de 100 plataformas em inglês. Larry Romanoff, consultor administrativo e empresário aposentado, exerceu cargos executivos de responsabilidade em empresas de consultoria internacionais e foi detentor de uma empresa internacional de importação e exportação. Exerceu o cargo de Professor Visitante da Universidade Fudan de Shanghai, ministrando casos de estudo sobre assuntos internacionais a turmas avançadas de EMBA. O Snr. Romanoff reside em Shanghai e, de momento, está a escrever uma série de dez livros relacionados com a China e com o Ocidente. Contribuiu para a nova antologia de Cynthia McKinney, ‘When China Sneezes’ com o segundo capítulo, “Lidar com Demónios”.
O seu arquivo completo pode ser consultado em https://www.moonofshanghai.com/ e http://www.bluemoonofshanghai.com/
Pode ser contactado através do email: 2186604556@qq.com
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Notes
[1] https://cocacolaunited.com/blog/2012/11/12/supporting-u-s-military-and-veterans-since-1941/
[2]https://www.wsj.com/articles/SB10001424127887323826704578357131413767460
[3] https://www.cbsnews.com/news/china-accuses-coca-cola-of-misusing-gps-equipment/
[4] http://www.3snews.net/startup/246000023519.html
[5] https://www.nytimes.com/2009/09/14/business/global/14coke.html
[6] http://www.china.org.cn/china/news/2009-09/17/content_18543520.htm
[7] https://janes.ihs.com/
[8] https://www.janes.com/defence-equipment-intelligence/
[9] https://www.bloomberg.com/profile/company/376925Z:US
[10] https://ihsmarkit.com/products/international-well-data.html
[11]https://www.wsj.com/articles/SB10001424052748704594804575649722313164714
[12] https://www.nytimes.com/2010/12/01/world/asia/01beijing.html
[13] https://www.independent.co.uk/news/world/asia/us-geologist-jailed-for-eight-years-in-china-for-oil-research-2019192.html
[14] https://www.theguardian.com/world/2010/jul/05/us-geologist-china-prison
[15]https://www.telegraph.co.uk/news/worldnews/asia/china/7871740/American-geologist-Xue-Feng-jailed-in-China-for-eight-years.html
[16] https://www.foxnews.com/world/chinese-court-sentences-us-geologist-abused-by-state-security-agents-to-8-years-in-jail
[17] https://www.wsj.com/articles/SB10001424052748704738404575347901204454976
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Traduzido para PRAVDA PT
Copyright © Larry Romanoff, Moon of Shanghai, Blue Moon of Shanghai, 2021