Ataques da coligação liderada pelos EUA provocam duas dezenas de mortos na Síria
Pelo menos 21 civis morreram em dois ataques aéreos realizados em menos de 24 horas pela chamada «coligação internacional» - liderada pelos EUA - contra localidades na província síria de Deir ez-Zor.
Ataque da «coligação internacional» liderada pelos EUA na província de Deir ez-Zor, em Novembro últimoCréditos/ Sputnik News
A agência SANA informou que dez civis morreram na sequência do ataque, perpetrado esta sexta-feira, contra a localidade de al-Kishkiah.
O bombardeamento, levado a cabo pela aviação da «coligação internacional» comandada pelos Estados Unidos, ocorreu menos de 24 horas depois de um outro ter provocado a morte a 11 pessoas, todas da mesma família, na localidade de al-Shaafa.
Ambas as terras se situam a sudeste de Deir ez-Zor, junto ao rio Eufrates e já perto da fronteira com o Iraque, uma região que tem sido intensamente bombardeada pela coligação referida, com o pretexto de estar a combater o Daesh - o chamado Estado Islâmico.
No entanto, as autoridades sírias têm repetidamente acusado esta aliança militar - que opera na Síria desde Setembro de 2014 sem autorização de Damasco e sem o aval das Nações Unidas - de fazer vista grossa às acções do Daesh e de, a coberto de uma pretensa luta contra o terrorismo, «estar deliberadamente a massacrar civis sírios», acrescentando que os ataques visam destruir as infra-estruturas e provocar o êxodo da população na província de Deir ez-Zor.
O Ministério sírio dos Negócios Estrangeiros, que também acusa os EUA de recorrerem a munições com fósforo branco e bombas de fragmentação, banidas internacionalmente, afirmou, em cartas envidas às Nações Unidas em Novembro último, que o «silêncio vergonhoso da comunidade internacional tem encorajado a coligação liderada pelos EUA a matar mais sírios e a destruir as suas propriedades», e solicitou à ONU a criação de um «mecanismo internacional, independente e imparcial para investigar os crimes» que estão a ser cometidos por essa coligação.
Protesto em Hasaka contra as «ameaças turcas»
Na passada quinta-feira, centenas de pessoas participaram numa concentração na cidade de Hasaka (capital da província homónima, no extremo Nordeste da Síria) para denunciar as «ameaças da Turquia de lançar uma agressão» contra o território sírio e rejeitar «qualquer presença estrangeira ilegal» no país, indica a SANA.
Na mobilização, que contou com a presença de líderes de tribos e clãs da região, foi sublinhado o compromisso com a integridade territorial do país, bem como o apoio ao Exército Árabe Sírio na sua luta contra as organizações terroristas que, promovidas e apoiadas «pelos inimigos sionistas e colonialistas ocidentais», têm tentado destruir a Síria.
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