Que 'Modelo' da Lava Jato no Ministério da Justiça, Moro?

Que 'Modelo' da Lava Jato no Ministério da Justiça, Moro?

O juiz federal Sergio Moro disse nesta terça-feira (6) que atuará no comando do Ministério da Justiça e Segurança Pública, a partir de 2019, utilizando o modelo da Operação Lava Jato para combater o crime organizado.

Edu Montesanti

 

"A ideia é replicar no ministério as forças-tarefas adotadas na Operação Lava Jato", disse o juiz em Curitiba, na primeira entrevista coletiva concedida desde 2014, quando assumiu operação. 

Questionado sobre como atuará no assassinato longe de ser elucidado - e devidamente punido - da ex-vereadora Marielle Franco e de seu motorista, Anderson Gomes em março deste ano, o novo ministro alegou nao ignorar "o problema", demonstrando grau de indignação sem lugar a duvidas bastante abaixo, neste crime hediondo, em relação aos outros casos, longe de hediondos, que destacaram midiaticamente o novo pop star dos tribunais de primeira instancia nacionais.

"Não desconheço o problema que envolve o assassinato da ex-vereadora Marielle Franco e do senhor Anderson Gomes".

Com toda a certeza bastante "confortante", "encorajadora" sobretudo aos familiares de ambos os assassinados, a "posição" do juizeco em questão, não?!

Para concluir genialmente: "Eu acho [grifo nosso] que é um crime que tem que ser solucionado". Eureca! Ele "acha" que o crime de uma militante de esquerda, mulher, negra e pobre, deve ser solucionado. Bravo, Moro! O Verde-Amarelo vive, de verdade, novos tempos!

"By the way", pupilo de Tio Sam que aparece em cabos secretos liberados por WikiLeaks rebolando freneticamente diante dos "lords" do bem-dizer de Washington, a ver se ficou claro: Vossa Alteza pretende utilizar no referido Ministério a "indústria das delações" da Lava Jato que, periciada na Espanha no segundo semester do ano passado (devidamente abafado pela canalhada da grande midia de imbecilização em massa), veio a detectar "panela" de advogados no comércio indiscriminado de testemunhas?

Alias, seu Ministério podera muito bem, movido pela euforia social e midiatica anticorrupção, dedicar-se a investigar tal "indústria" com base na "panela", que tal?

E o modelo seguira a linha de relacao promiscua com a imprensa, "que comprava tudo" da Operação Lava Jato segundo palavras de vossa ex-assessora de imprensa, Christiane Machiavelli?

"As facilidades fizeram com que a imprensa 'comprasse' a Lava Jato quase que imediatamente. Denúncias do Ministério Público eram publicadas em reportagens quase na íntegra, assim como os inquéritos da PF e as decisões de Moro.

"Foram poucos os jornalistas que se valeram daquele mundaréu de elementos para fazer o papel que cabe à imprensa: o de usar os dados para construir investigações mais aprofundadas."

Disse Christiane em recente entrevista ao sitio The Intercept, sobre a operacao desmoralizada em todo o mundo, duramente criticada pelos mais renomados juristas internacionais pela seletividade descarada, incriminando sem provas da maneira mais visivelmente tendenciosa.

Mais um belo cardapio, acima, para a sociedade e os meios de comunicacao extravasar toda a sua raiva contra a corrupção. Que tal?

Tudo, uma grande farsa! "Eu não penso, não existo, apenas assisto - Rede Globo e Record do Bispo", dizem-nos, pelo menos, 57 milhões de ignorantes, mentalidades pautadas por meios que elas mesmas alegam lavar cerebros. E dizia o filosofo: o pior cego, é o que não quer ver.

 


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Timothy Bancroft-Hinchey