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Mais de 200 mil em Buenos Aires em defesa da escola pública

Mais de 200 mil em Buenos Aires em defesa da escola pública

Mais de 200 mil em Buenos Aires em defesa da escola pública

A Marcha Federal Educativa reuniu professores de todo o país na capital argentina, em defesa da negociação colectiva e melhores salários, e contra a política de Macri de destruição da escola pública.

A organização da Marcha Federal Educativa estima em 280 mil o número de participantes na mobilização desta quarta-feira, que teve como lema «La escuela argentina enseña, resiste y sueña» [a escola argentina ensina, resiste e sonha].

As várias reivindicações do sector que presidiram à marcha, que partiu de vários pontos da capital com destino à Praça de Maio, podem encaixar-se em dois grandes blocos: a exigência da negociação colectiva e o combate à degradação da escola pública.

De acordo com o diário argentino Página 12, a manifestação desta quarta-feira foi a segunda marcha federal do sector realizada este ano, depois da que teve lugar em Março. Passaram três meses e «o panorama não apresenta melhoras». O governo de Macri, para além de ter deixado de destinar os 6% do PIB à Educação, tal como consagrado na lei, eliminou, por decreto, a «mesa das negociações» com os docentes, que lutam por salários acima da inflação - nalgumas províncias com greves de longa duração.

Para além da questão salarial, há ainda a da formação (permanente e gratuita) dos docentes, que foi abandonada, e, denunciam os sindicatos, a política de cortes que o governo de Macri aplica a todo o sector, que, se não for travada, conduzirá à «destruição da escola pública e gratuita».

Com o desinvestimento na educação, o panorama está hoje marcado pela «falta de edifícios, o encerramento de escolas, salas de aula com alunos a mais, fechamento de oficinas em escolas técnicas, disciplinas que ficam por dar por falta de professores nomeados, estudantes sem bolsas e sem livros», denunciam as organizações sindicais.

«Modelo de educação, modelo de pátria»

Nas intervenções que tiveram lugar no final da marcha, alertou-se para «uma política que empobrece as salas de aula das escolas primárias, secundárias e universidades do Estado», que é a versão de «um modelo que a Argentina já conheceu com a ditadura e os anos 90».

Sonia Alesso, secretário-geral da Confederação de Trabalhadores da Educação da República Argentina (CTERA), teve a seu cargo a intervenção final, em que lembrou a grande Marcha Branca de há 30 anos pelo financiamento do sector educativo.

«Os professores argentinos são protagonistas das grandes lutas populares, da resistência à ditadura, do regresso à democracia», salientou Alessio, acrescentando: «A discussão com o governo não é apenas pelo modelo de educação: é pelo modelo de educação e pelo modelo de pátria.»

Denunciando uma política educativa que tem como eixos «cortes, repressão, pôr os professores em confronto com a sociedade e o desprestígio da escola pública», a dirigente sindical exortou as demais organizações a convocarem uma greve geral no sector.

Fonte

https://www.abrilabril.pt/internacional/mais-de-200-mil-em-buenos-aires-em-defesa-da-escola-publica

Foto

Milhares de professores mobilizaram-se na capital argentina em defesa de direitos e da escola públicaCréditosLeandro Teysseire / Página 12

 


Author`s name
Timothy Bancroft-Hinchey