Esposa de preso politico saharaui em greve de fome há 10 dias

Esposa de preso politico saharaui em greve de fome há 10 dias

A Cidadã francesa, Claude Mangin, entrou em greve de fome no passado dia 18 de Abril , após a sua quarta expulsão de Marrocos.

A Sra. Mangin é esposa do preso político saharaui, Naama Asfari, do grupo de Gdeim Izik, condenado a 30 anos de prisão e detido arbitrariamente desde 7 de Novembro de 2010.

O CAT (Comité contra a tortura das Nações Unidas) condenou em 2016 o reino de Marrocos relativamente às torturas sofridas por Naama Asfari desde a sua detenção em 7 de Novembro de 2010. As queixas apresentadas ao CAT não devem resultar em represálias contra quem apresenta a queixa e contra os seus familiares, infelizmente Marrocos mais uma vez desrespeita a Convenção contra a Tortura e o OPCAT (Protocolo Facultativo à Convenção da ONU contra a Tortura) ambos ratificados pelo Reino Alauita não só continuando a utilizar a tortura como instrumento sistemático de repressão como persegue os familiares das vitimas. 

Faz agora dois anos que a Sra. Mangin é impedida de visitar o seu esposo, um direito universal, após inúmeros apelos e denuncias, ao largo dos últimos dois anos, tanto ao governo francês, à União Europeia, aos mecanismos das Nações Unidas e ao governo marroquino, sem obter direito de entrada em Marrocos, Claude Mangin decidiu entrar em greve de fome. 

 "A minha única revindicação é ter o direito de visitar o meu marido na prisão, nada mais que isso, um direito básico, um direito humano"  disse Claude Mangin numa conferência de imprensa realizada no passado dia 25 de Abril, na Câmara Municipal de Ivry, perto de Paris que a acolhe durante esta greve.

 Numa carta datada de 25 de abril,  o Bispo de Créteil, e o Presidente da Câmara Municipal de Ivry-sur-Seine apelam ao compromisso do presidente francês, Macron, para com  "o respeito dos direitos humanos fundamentais." pedindo-lhe para intervir junto das autoridades marroquinas e manifestam a sua "imensa preocupação" com estado de saúde da Sra. Mangin.

 Claude Mangin-Asfari, de 62 anos, acolhida durante a greve de fome nas instalações da Câmara Municipal de Ivry, tem recebido mensagens de solidariedade de todo o mundo e do movimento de solidariedade assim como da população francesa. Em 23 de Abril representantes de associações de Portugal, Espanha, França e Países de Lesta visitaram a grevista, demonstrando o seu apoio e condenado a proibição de Marrocos à visita da Claude Mangin ao esposo.

 Marrocos é inflexível na questão do Sahara Ocidental, que ocupa desde 1975 e que autodenomina como "suas províncias do sul". França por outro lado é um defensor incondicional de Marrocos ignorando sucessivamente todos os atropelas de direitos humanos e narcotráfico desta ex-colónia francesa.

 Claude Mangin informou na conferência de imprensa que lhe foi dito por responsáveis da administração francesa que a ordem de interdição da sua entrada em Marrocos e subsequente visita ao marido vinha directamente do Rei de Marrocos.

 


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Timothy Bancroft-Hinchey