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EUA treinam milícia na Síria para atuar como "força fronteiriça"

EUA treinam milícia na Síria para atuar como "força fronteiriça"

EUA treinam milícia na Síria para atuar como "força fronteiriça"

Foto: Combatente das chamadas Forças Democráticas Sírias fixa bandeira em Raqqa

ISNA

A coligação internacional liderada pelos Estados Unidos anunciou que está treinando uma força para proteger as fronteiras da zona dominada pelas chamadas Forças Democráticas Sírias. Damasco condenou a medida e mostrou determinação em acabar com a presença dos EUA no país

O Ministério sírio das Relações Exteriores classificou "o anúncio [feito no sábado-13] dos EUA de formar uma milícia armada no nordeste do país como um ataque flagrante à soberania da Síria e à sua integridade territorial, bem como uma clara violação dos direitos internacionais", lê-se em um comunicado divulgado nessa segunda-feira (15) pela agência Sana.

Para Damasco, a medida tomada pelos norte-americanos "enquadra-se nas suas políticas destrutivas, que visam fragmentar a região, alimentar tensões e conflitos, e dificultar soluções para as suas crises".

No documento, o Ministério reafirma ainda a determinação do povo sírio e do seu exército em "colocar fim na presença dos EUA, dos seus agentes e instrumentos na Síria".

Força de segurança fronteiriça dentro da Síria

No sábado (13), um elemento das relações públicas da coligação internacional liderada pelos EUA revelou que a coligação começou a formar forças defensivas fronteiriças, com o objetivo de proteger as fronteiras da região, atualmente sob controle das chamadas Forças Democráticas Sírias (FDS), em sua maioria curdas e apoiadas pelos norte-americanos.

Operando na Síria desde setembro de 2014, alegadamente para combater o Estado Islâmico, sem autorização de Damasco e sem um mandato das Nações Unidas, a coligação internacional "está trabalhando conjuntamente com as FDS para criar e treinar a nova Força de Segurança da Fronteira Síria", disse o coronel Thomas Veale, citado pelo portal Muraselon.

De acordo com o militar, o propósito é colocá-los ao longo da fronteira síria com a Turquia e com o Iraque, e, também, ao longo do Vale do Rio Eufrates - a linha que separa as FDS das forças do Exército Árabe Sírio.

Preocupações de Moscoue Ancara

Do lado turco, o anúncio norte-americano foi recebido de forma hostil e, já nessa segunda-feira (15), o vice primeiro-ministro, Bekir Bozdag, afirmou que Washington "está brincando com fogo".

Já os Russos, que têm manifestado preocupações quanto ao prolongamento da presença norte-americana na Síria, instando as tropas dos EUA a abandonar o país árabe, afirmaram, pela voz do ministro das Relações Exteriores, Sergei Lavrov, que o anúncio da criação de uma força de 30 mil elementos é "um assunto muito sério e preocupante, levando a pensar que foi traçado um rumo para a divisão da Síria", indica a PressTV.

As declarações de Lavrov, nessa segunda-feira (15), seguiram-se às que Vladimir Shamanov, chefe da Comissão de Defesa da Duma [parlamento russo], que proferiu sobre o tema no dia anterior, dando a entender que a decisão de Washington de criar a força de segurança fronteiriça irá desencadear medidas vindas de Moscou.

Fonte: Abril Abril

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Timothy Bancroft-Hinchey