Poucos estrangeiros sabem disso, mas é o seguinte: a maiora dos sul-coreanos admiram seus irmãos e irmãs do Norte, a RPD da Coreia. Os EUA não sabem disso porque esses sentimentos são compartilhados em privacidade, mas novamente, o que você pode fazer se você tem um poder estrangeiro em seu solo controlando sua política? Alguns reagem, outros mentem na cama com seu mestre.
Afinal, os japoneses fizeram isso de modo crescente desde 1876, então oficialmente de 1910 até 1945, época em que o fundador da República Popular Democrática da Coreia, Kim Il-Sung, forjou-se como um lutador e comandando da guerrilha antijaponesa. E herói. Afinal de contas, os japoneses fizeram quinhentas mil jovens e senhoras norte-coreanas de "mulheres de conforto" para receberem a água suja dos exaustos invasores imperiais japoneses. Não obstante, os coreanos forneceram meio milhão de homens escravizados para os invasores japoneses. Foi contra isso que Kim Il-Sung lutou e os sul-coreanos sabem disso.
Os sul-coreanos, os cidadãos da República da Coreia, sabem que sul-coreanos participaram do Massacre de Sinchon, episódio que retrata a tortura e o assassinato de civis principalmente pelo pessoal militar da Coreia do Sul mas também por soldados dos EUA, agindo sob os auspícios de Washington. Os sul-coreanos sabem que os EUA despejaram 32.557 toneladas de armas químicas em civis norte-coreanos. Os sul-coreanos sabem que os EUA e seus fantoches sul-coreanos planejaram invadir a República Popular Democrática da Coreia em 1950. Eles sabem que esses planos foram apreendidos por agentes norte-coreanos e eles sabem que aqueles documentos contêm as mentiras usadas pelo Departamento de Estado dos EUA dizendo que a guerra começou quando o Norte invadiu o Sul. Como era de seu direito, garantido pelas leis internacionais, a RPDC se defendeu. E então seguiu-se a Guerra da Coreia entre 1950 e 1953.
Os sul-coreanos sabem que nessa guerra os americanos despejaram mais bombas sobre a Coreia do Norte do que eles usaram em todo o Pacífico na Segunda Guerra Mundial. Eles sabem que, nessa guerra, os Estados Unidos da América jogaram 635.000 toneladas de explosivos, enquanto no conflito no Pacífico foram 503.000. Eles sabem que nessa guerra os EUA despejaram 32.557 toneladas de napalm, uma arma química, sobre cidadãos norte-coreanos. Nessa guerra, 3,5 milhões de coreanos foram mortos. Nessa guerra, Pyongyang foi bombardeada, foi completamente bombardeada, e após três anos de humilhações diárias, restavam apenas dois edifícios em pé.
Os sul-coreanos sabem que, nessa guerra, 20% da população norte-coreana foi assassinada pelos Estados Unidos e eles sabem que os soldados americanos executaram as mais bárbaras atrocidades, bombardeando abrigos anti-aéreos repletos de mulheres e crianças, rindo daqueles gritos que preenchiam o ar enquanto elas queimavam até a morte. Eles sabem que nessa guerra os soldados americanos derramavam gasolina em civis e ficavam assistindo como eles padeciam uma morte horrível. Os sul-coreanos sabem que nessa guerra militares dos EUA decapitaram prisioneiros políticos com espadas de Samurai e eles sabem que, em um dos abrigos, 900 mulheres e crianças foram incineradas. Crianças coreanas. Incineradas. Enquanto soldados dos EUA olhavam e davam risadas. Certas fontes dizem que alguns se masturbavam.
Os sul-coreanos sabem que houve um massacre de coreanos em que 500 civis foram forçados a cavar valas e empapados em gasolina antes de alguns serem lançados, como um jogo. Os sul-coreanos sabem
que os soldados americanos eram vistos derramando carvão nas aberturas de ventilação dos abrigos e eram vistos incendiando civis que se escondiam lá em baixo.
Os sul-coreanos sabem que o Tratado de Interdição Parcial de Ensaios Nucleares bane testes nucleares na atmosfera, no espaço sideral e no fundo do mar. Contudo, a RPD da Coreia não faz parte desse tratado. Nem os testes subterrâneos são banidos pelo tratado, a menos que radiação seja vazada para a atmosfera. Os sul-coreanos sabem que o Tratado de Interdição Completa de Ensaios Nucleares de 1996 não está em vigor e a RPD da Coreia não participa desse tratado.
Os sul-coreanos sabem que a RPD da Coreia assinou o Tratado de Não-Proliferação Nuclear em 1985. Esse tratado bane expressamente a fabricação e o teste de dispositivos nucleares, sob o Artigo II. Contudo, a RPD da Coreia abandonou o tratado em 2003, tendo notificado o Conselho de Segurança das Nações Unidas, em conformidade com o Artigo X (I) que permite os estados membros se retirarem do tratado. Os sul-coreanos sabem disso.
Os sul-coreanos sabem que a Declaração de Desarmamento Nuclear feita pela RPD da Coreia é tida como algo para ser legalmente obrigatório. Essa declaração foi feita na quarta rodada das Conversas em Seis Partes sobre o programa de armas nucleares da RPDC (que reúne China, Japão, RPD da Coreia, Rússia, República da Coreia e EUA) em 2005. A declaração de Pyongyang não foi pública, mas uma afirmação feita em negociações privadas com cinco outras nações e, em segundo lugar, onde está a evidência de que Pyongyang pretendia estar obrigada pelas circunstâncias, especialmente depois que Iraque e Líbia aprenderam uma clara lição de que, se você destrói suas armas, então você será invadido.
E aqui nós chegamos ao X da questão. Se você destrói suas armas, Washington te invade. Pergunte ao Iraque. Pergunte à Líbia. Pergunte à Síria (mandado de invasão pelos terroristas apoiados pelo Ocidente).
E se alguém tenta usar o Conselho de Segurança da ONU como uma entidade ou fonte legal, então deixe-nos perguntar a Washington sob qual lei das Nações Unidas eles estavam respaldados quando invadiram o Iraque? Ou os EUA violaram a Carta das Nações Unidas e o direito internacional com sua invasão?
E, em relação às armas nucleares, se a RPD da Coreia não pode possuí-las, por acaso alguém investigou Israel e descobriu se o número de armas nucleares que ele tem é realmente 80 e com material físsil para mais 200 mísseis nucleares?
O ponto é que a RPD da Coreia se levanta contra todas essas injustiças monumentais e essas tentativas de humilhar os coreanos. A RPD da Coreia que as tropas estrangeiras fora de solo coreano e quer paz e reconciliação com o Sul. Isso é tudo o que eles querem. A partir de uma posição de orgulho e dignidade. Os sul-coreanos sabem disso e eles também sabem em qual cama eles mentem.
Timothy Bancroft-Hinchey
Pravda.Ru