Na vasta lista correios eletrônicos sobre a candidata presidencial democrata dos EUA, Hillary Clinton, expostos por WikiLeaks no mês passado, foi revelado que mais uma doação milionária de um doador estrangeiro foi feita à Fundação Clinton. Nesta semana, a fundação confirmou que aceitou doação de 1 milhão de dólares do Catar, enquanto Clinton era secretária de Estado dos EUA - sem ter informado o Departamento de Estado.
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A aceitação foi feita apesar da promessa de deixar a agência rever novo ou significativamente maior apoio de governos estrangeiros para evitar a aparência de um conflito de interesses.
O Qatar, com perverso registro em direitos humanos, prometeu o dinheiro em 2011 para marcar o aniversário de 65 anos de Bill Clinton, esposo de Hillary Clinton, e procurou encontrar-se com o ex-presidente dos Estados Unidos pessoalmente no ano seguinte para lhe entregar o cheque, segundo um correio eletrônico do presidente da campanha presidencial de Clinton, John Podesta.
Clinton havia assinado um acordo de ética governando a fundação de sua família para se tornar secretária de Estado, em 2009. O acordo foi projetado para aumentar a transparência a fim de evitar aparências de que a política externa dos EUA poderia ser influenciada por doadores ricos.
O acordo de ética havia sido, ironicamente, eliminado por altos assessores do presidente dos EUA, Barack Obama, e funcionários da Fundação Clinton. Ele estipulava que se um novo governo estrangeiro quisesse doar, ou se um governo estrangeiro doador como o Catar quisesse "aumentar materialmente" o apoio aos programas em andamento, o funcionário de ética do Departamento de Estado deveria ser notificado e ter a chance de aumentar qualquer tipo de interferências.
Apenas no mês passado, funcionários da Fundação Clinton recusaram-se a confirmar a doação do Qatar. Mas, em resposta ao aumento da provocação, um porta-voz da fundação, Brian Cookstra, disse nesta semana que aceitou o presente de 1 milhão de dólares do Qatar.
O Departamento de Estado disse que não tem nenhum registro da fundação que submeta a doação do Qatar à revisão, e que era responsabilidade da fundação notificar o departamento sobre doações que necessitaram de atenção.
Segundo o sítio da fundação, que lista os doadores em grandes categorias por montantes acumulados doados, o governo do Catar doou, diretamente, um total de entre 1 milhão e 5 milhões ao longo dos anos. No entanto, não é o único doador estrangeiro do qual a fundação aceitou fundos. Arábia Saudita, Marrocos Argélia, Kuwait e Omã são os outros.
A onda de correios eletrônicos também revelou o apoio amigável de Wall Street a Clinton, sua visão de comércio internacional irrestrito e apologia de um plano de equilíbrio orçamentário, que exigiria cortes na Previdência Social.
A Fundação Clinton disse que não aceitaria mais dinheiro de governos estrangeiros se Clinton fosse eleita presidente, e recusaria os programas que dependem de governos estrangeiros.
Tradução de Edu Montesanti