Há um só Deus, e um só mediador entre Deus e os homens: Mamon (versão atualizada das confrarias religiosas ocidentais). Aumentar a atividade pela mídia, e o alcance das comunidades religiosas parceiras (Agentes da CIA no Brasil)
Edu Montesanti
No Ocidente, posicionar-se em favor do direito internacional no que diz respeito à Questão Palestina é uma das tarefas mais ingratas dada a agressividade que parte, especialmente (pasmem!), da imensa maioria dos religiosos tradicionais, ditos cristãos que se juram portadores da verdade absoluta.
Como todo acesso de histeria, tais ataques baseiam-se em argumentos tão superficiais quanto apoiados no forte e velho apelo moralista que marca a hipócrita e dessituada religião dominante e dominadora ocidental, que aposta na retórica da lavagem de cérebros e de controle das enormes massas com capacidade peculiar. Comunidades que, historicamente, servem-se da sociedade ao invés de servi-la e cujo sistema é bem menos transparente que o próprio sistema político, altamente corrupto.
Mesmo assim, ou melhor argumentado, por isso tudo, por tal caráter mais que medíocre é literalmente impossível dialogar com tal setor, também sobre os inúmeros crimes de lesa-humanidade do Estado de Israel contra os palestinos: manifestar-se contra eles, vale o título de anti-semita seguido de não raros xingamentos, dos mais baixos.
Quando a presidenta Dilma Rousseff, no último mês de janeiro, não aceitou como embaixador israelense Dani Dayan no Brasil por ser favorável às colônias sionistas na Cisjordânia, os "pastores" evangélicos em geral se indignaram afirmando que "apenas" apoiava colonos judeus. Não informavam a seus súditos, que se apressam em assumir como verdade absoluta tudo o que lhes é ditado pelas vozes oficiais de Deus, que os "colonos" invadem terras e casas apoiados no uso da extrema força, cometendo crimes humanitários (sobre isto, leia Israel provoca Brasil com vistas à desintegração regional e à III Guerra Mundial aqui na Pravda, seção Mundo; ali mesmo pode se constatar ampla lista da mais baixa agressividade, e até amaldiçoamento contra o autor em nome do ciumento e vingativo deus sionista-cristão-ocidental).
Pois recentes pesquisas do Instituto Pew Research dos Estados Unidos vêm evidenciar, entre as próprias leis internacionais e os fatos que a mídia predominante insiste em ocultar envolvendo o massacre que os palestinos sofrem há décadas, que as confrarias "cristãs" ocidentais estão deslocadas do debate sobre esta questão (o que não é exceção envolvendo a alienação deste setor).
Telegrama confidencial emitido pela Embaixada dos Estados Unidos no Brasil a Washington em 22 de dezembro de 2009, somada à realidade aberrante e emblemática de determinada confraria religiosa norte-americana em São Paulo, vem escancarar o porquê do "deslocamento do debate", isto é, o que está por trás do caráter sionista das confrarias religiosas no Brasil que não admitem diferenças, e marcadamente são intolerantes pró-Israel diante de tanto crime sionista aos quais os "puritanos" e "celestialmente sábios" da sociedade insistem em tapar os olhos.
Cristãos de Israel
Em relação ao primeiro ponto, comprovar uma vez mais que autoridades sob pele religiosa, mestres na arte de emburrecer as pessoas e afastá-las da realidade do mundo e da vida delas mesmas, torna-se tarefa mais fácil já que Pew Research nos permite aplicar a própria fé cristã para contradizê-los. Com isso, não se espera que as mentalidades religiosas formadas sob o medo em sistemas absolutamente verticalizados, venham tomar consciência dos fatos. Mas que aqueles que realmente buscam a verdade desses fatos possam se situar, e adquirir ainda mais fundamento a suas ideias e argumentos.
O Instituto norte-americano revelou no último dia 10 que sete em dez cristãos que vivem em Israel (ou 72% deles) não veem que Israel não pode ser um Estado judeu e democrático ao mesmo tempo.
E mais: 80% dos cristãos que vivem o dia-a-dia dos "conflitos" israelo-palestinos (assim qualificados pela mídia internacional, porém classificados pela lei internacional de crimes) avaliam que Israel não aborda de maneira sincera supostos esforços rumo aos acordos de paz com os palestinos, e 70% dos cristãos que residem em Israel avaliam ainda que a continuação de assentamentos judeus (colônias) na Cisjordânia colocam em risco a própria segurança de Israel. E 60% dos cristãos israelenses afirmam que o apoio dos Estados Unidos a Israel é "excessivo", isto é, injusto.
Outra constatação importante de Pew Research neste contexto, é que os cristãos israelenses são mais religiosos que os judeus israelenses: dentre os primeiros, 57% afirma que a religião é muito importante pessoalmente a eles, enquanto três entre dez judeus naquele Estado fizeram tal afirmação. Embora não haja pesquisas neste sentido, pode-se muito bem supor que os cristãos israelenses sejam também muito mais coerentes entre o que pregam e vivem, dado que a corrupção no Brasil cresce na mesma proporção que o vertiginoso crescimento do número de "religiosos" no Brasil (qualquer pessoa dotada de cérebro esperaria que a equação se desse no sentido contrário).
CIA: "Comunidades Religiosas Parceiras"
A fim de conquistas mentes e corações no Brasil, agentes da CIA travestidos de diplomatas em Brasília emitiram telegrama confifencial em 22 de dezembro de 2009, liberado por WikiLeaks em 6 de fevereiro de 2011, que dizia o seguinte das nada sacrossantas confrarias religiosas tupiniquins (ou boa arte delas): "Aumentar a atividade pela mídia e o alcance das comunidades religiosas parceiras". Não se precisa dizer mais nada especialmente conectando fatos. O cabo pode ser lido, na íntegra, através desta ligação:
Pois conectando fatos importantes, este autor frequentou por anos comunidade religiosa norte-americana em São Paulo, denominada Calvary International Curch dirigida por norte-americanos, onde tudo é celebrado em inglês e devidamente elaborado nos Estados Unidos, financiada também por Tio Sam. A intolerância contras as mínimas diferenças também segue o script da sociedade originária.
Os "missionários" fundadores de origem cristã-batista, chefiados pelo clã Fawcett, chegaram ao Brasil exatamente no pós-golpe militar de 1964 quando inundaram o Brasil, sem precedentes na história, milhares de jornalistas e de "missionários religiosos" norte-americanos, a fim de ganhar mentes e corações locais.
Alguns fatos bastante "estranhos" ali valem ser observados a fim de se montar este quebra-cabeças, especialmente nesta hora de rompimento democrático brasileiro sob silêncio de Washington: o "pastor" Nathanael Fawcett, que em 2007 recebia este autor semanalmente em seu escritório para estudos bíblicos, certa vez substituiu o sagrado discipulado para uma vídeo-chacota: sob gargalhadas de auditório (e do próprio "pastor"), apresentava erros de português do então presidente Luiz Inácio da Silva, grande parte deles causados pela língua meio presa. É desnecessário discorrer aqui sobre o constrangimento deste autor diante daquela situação.
Até onde este autor tem conhecimento, em suas escolas dominicais (em tese, estudos bíblicos) tal casa também se presta a dar "aulas de Islã" ministrada por "cristãos" norte-americanos, com materiais elaborados igualmente em terras norte-americanas. Além da curiosidade que as aulas trazem em si dado o local e a fé ali professada, a intolerância marcante ali colocam em xeque a sinceridade da comunidade protestante: não seria, certamente, tolerado um líder islamita interessado em apresentar a história e os porquês de sua fé no Islã.
O cabo confidencial emitido em 2009 pelo centro de espionagem da CIA com fachada diplomática na capital brasileira, forma conexão bastante interessante quando consideradas estes fatos envolvendo o pequeno território norte-americano em São Paulo que atende por Igreja do Calvário (sectária por natureza, onde os norte-americanos em geral simplesmente se recusam a falar português).
A confraria em questão informa em seu sítio na Internet sua missão "de suma importância": A Calvary está fortemente comprometida em apoiar seus projetos, incluindo orfanatos, ministérios [religiosos de doutrinação] de crianças, escolas [onde se impõe a língua inglesa], trabalhar entre índios do Amazonas [grifo nosso] (...) Fonte.
A Calvary é mantida por uma suposta ONG religiosa norte-americana, chamada BEA Ministries, ou Brazilian Evangelistic Association (http://www.beaministries.com/?page_id=8). Segundo informação em seu sítio, "A maioria dos nossos missionários trabalham com ou auxiliam organizações cristãs estrangeiras. (...) BEA Ministries atua desde 1969 [cinco anos depois do golpe militar no Brasil] e foi iniciado por missionários. Somos uma organização dos EUA sem fins lucrativos. (...) Os missionários de BEA Ministries trabalham principalmente no país do Brasil. No entanto, algumas viagens a outros países como Bolívia e Honduras a fim de adquirir experiência e apoio a projetos de curto prazo. Nossos missionários são professores, pastores, assistentes sociais em orfanatos etécnicos em rádio e na mídia em geral [grifo nosso]. (...).
É hora de se deixar, definitivamente, o receio de ser acusado de herege para encarar a realidade dos fatos: essas confrarias não apenas não estão acima do bem e do mal para se isentar de críticas como almejam, mas possuem raízes e interesses já muito difíceis de serem ocultados em tempos de revolução da informação através da Internet.
As oligarquias globais agonizam, tanto quanto o Império de turno cúmplice dos crimes de seu maior lobista, o Estado sionista de Israel. Exatamente estes setores reacionários, agressivamente elitistas Jesus de Nazaré enfrentou do começo ao fim da vida,que acabaram por matá-Lo acusando-O de Belzebu (o pior dos demônios).
Não se pode esperar que hoje esses mesmos seres reacionários que desfrutam dos privilégios do poder religioso primem pela vida e peitem os donos do poder global. Mas vale a pena jogar no time oposto ao deles, que é ironicamente o do próprio Jesus - não o Jesus-ícone, idolatrado por eles, mas o Jesus libertário que corria em direção às classes menos favorecidas e aos injustiçados.
São eles que estão, inclusive, por trás dos históricos golpes contra a democracia brasileira que se alimenta da discriminação regional, étnica, sexista, de gênero e de classe social.