"Quando ouço falar de cultura... puxo logo o revólver" - Hermann Goering.
Nazistas brasileiros são ainda mais radicais. Não é preciso falar em cultura. Qualquer informação contrária ou que os contrarie, contra as quais não consigam desenvolver argumentos, para as quais não tenham resposta, ou que não consigam entender, é motivo para puxar a arma.
por Raul Longo
Na falta de arma, mentem ou desqualificam, mas jamais são capazes de manter qualquer debate, qualquer discussão, qualquer troca de ideias; comprovando não terem ideia alguma, mas somente preconceitos ou conceitos de terceiros que lhes foram condicionados.
Reagem como qualquer torcedor e religioso fanático, ou pessoas desqualificadas que se limitam à troca de ofensas em público. Respondem informação com o que possuem: violência, se possível, ou desqualificação, se impossível for puxar a arma, mas invariavelmente denunciando o próprio baixo nível moral e intelectual.
Ridículos, é verdade, mas resta a lamentar seus familiares e pessoas de mais próximo relacionamento, geralmente desprezadas ou espancadas. Cada vez mais comum, quando não encontram caráteres submissos às suas idiossincrasias similares a de Goering, se tornarem pessoas solitárias, abandonadas e de permanente mal humor.
Esse tipo de caráter é importante de ser observado por aqueles que por ventura frequentam redes sosiais para analisar a diferença de comportamentos democráticos e antidemocráticos, pois independente da tendência política, as manifestações de comportamento pela internet demonstram o que provoca satisfação ou insatisfação nessas pessoas. O que pode ser deduzido pelo nível cultural demonstrado. E se pode verificar qual a capacidade ou incapacidade de desenvolvimento de raciocínio, a informação que possui ou a desinformação de cada um.
Através de postagens pela internet se pode avaliar o caráter dos que a frequentam, afinal é por isso que a polícia analisa os computadores de pedófilos. E também de nazistas assumidos.
Mas há muitos nazistas que se ignoram como tal e até acreditam não concordar com a ideologia nazista. Claro! Ninguém quer ser o bandido e todos se imaginam mocinhos, mas não é o uniforme que se usa que realmente identifica o soldado. Ou, como dizia o antigo dito: "o hábito não faz o monge". Mas é o hábito no sentido de maneira de ser, de comportamento usual que realmente demonstra quem é o monge, trajando vermelho, preto ou branco. Túnica, manto ou farda.
Pela capacidade ou não de desenvolver algum argumento, de expor ou não informações que fundamentem as próprias afirmações, pelo processo ou falta de processo de raciocínio é que se comprova se o monge é Luther King ou um Hermann Goering. Mesmo que no conteúdo de suas afirmações se reivindique um pacifista ou humanista, pela forma como se manifesta se reconhecerá a real similaridade: se com o fundador da Gestapo ou com o líder da defesa dos direitos civis.
A cor da pele não identifica coisa alguma. John Lennon era branco como Goering. Idi Amin Dada, negro como Luther King. Pela cor e pelo hábito, como vestuário, não se identifica nazista algum, mas se alguém prestar um pouco de atenção nos seus hábitos, como comportamento, poderá enxergar na própria imagem refletida no espelho uma suástica pendurada na farda, mesmo se estiver nu.
Tem acontecido muito disso entre jovens que sequer têm ideia do que realmente foi a Gestapo, SS e o nazismo como ideologia desumana. Aí cortam seus cabelos, ficam carecas, tatuam suásticas em seus corpos, saem às ruas para espancar homossexuais, pessoas com alguma deficiência ou mutilação física, pobres e mendigos. Tornam-se aficionados em armas e em símbolos fálicos de poder com os quais acreditam se identificar. À medida que amadurecem, que adquirem novas informações e experiências de vida, muitos vão caindo na realidade e voltam a preferir o convívio social, adquirindo civilidade e novos hábitos e comportamentos.
Já com pessoas mais idosas o processo de humanização é mais raro. Claro que devido ao mau conceito universal do nazismo, como ocorre a todas as ideologias derrotadas, jamais se admitirão como tal, mas comportam-se similarmente e pensam similarmente, quando não expõem publicamente grande admiração por nazistas assumidos e ativos no período em que a ideologia era tolerada no mundo. E quando se informa as origens e realidade ideológica desses que admiram, não acreditam ou arrumam qualquer forma de desqualificar a informação.
Esses não tem mais volta. Morrerão nazistas sem ter consciência disso, mas com suas almas envoltas no hábito ou na farda de Hermano Goering.
Ilustração: AIPC - Atrocious International Piracy of Cartoon