Alerta: A Arábia Saudita que é signatária do Tratado de Não-Proliferação de Armas Nucleares veio a pouco tempo atrás, em violação de seu juramento, a adquirir bombas atômicas do Paquistão.
By Manlio Dinucci
Traduzido por Anna Malm
"Nós temos bombas nucleares": Isso foi dito em 19 de fevereiro a Russia Today pelo analista político saudita Daham al-Anzi que é um, de-facto, porta-voz de Riad.
Depois disso ele ainda repetiu a mesma afirmação num outro canal árabe de televisão. A Arábia Saudita já tinha declarado [1] sua intenção de adquirir armas nucleares do Paquistão (um não-signatário do Tratado de Não Proliferação) do qual ela financia 60 % do programa militar. Agora, através de Al-Azir os sauditas indicavam que essas compras tinham sido iniciadas e que isso já vinha de a dois anos atrás. Tem-se como natural então que para Riad isso teria sido para enfrentar o "Perigo Iraniano" no Iêmen, no Iraque, e ainda na Síria, onde a "Rússia estaria a ajudar Assad." Lê-se entretanto mais corretamente como onde a Rússia apoia o governo sírio a libertar o país do Estado Islâmico e de outros grupos terroristas, financiados e armados pela Arábia Saudita, financiamento e armamentos esses que fazem parte da estratégia determinada pelo comjunto EUA-OTAN.
Riad tem mais do que 250 caças-bombardeiros com dual capacidade, ou seja, com capacidade de fazer ataques tanto convencionais como nucleares. Essa capacidade lhes foi provida e assegurada pelos EUA e por poderes europeus. A Arábia Saudita faz parte da agência denominada "NATO Eurofighter and Tornado Management Agency". Essa é uma agência da OTAN que gerencia os caça-bombardeiros "Eurofighter" e "Tornado" que a Arábia Saudita comprou da Grã-Bretanha. Essa compra representa uma aquisição correspondente ao dobro do total da prória força aérea dos ingleses, da "Royal Air Force", em inglês então.
Nesse contexto acrescente-se o maxi-contrato de 8 bilhões de euros - cortesia da ministra [italiana] Roberta Pinotti, eficiente representante de vendas e fornecientos de armas - a qual forneceu a Kuwait (aliado da Arábia Saudita) 28 "Eurofighter Typhoons", construidos por um consórcio que inclui a Finmeccanica com indústrias inglesas, alemãs e espanholas. Essa foi a maior encomenda de sempre para os cofres da Finmeccanica, que absorveram a metade dos 8 bilhões de euros do contrato, dinheiro esse garantidos pelo financiamento feito por uma pool de bancos que incluia a Unicredit e a Intesa Sanpaulo, assim como o grupo Sace Cassa Depositi e Prestiti.
Isso tudo vinha a acelerar um realinhamento a uma Finmeccanicca militar com ótimos resultados para os que se enriquecem com a guerra: em 2015 o valor das ações da Finmeccanica foi aumentado de 67 % . Isso tudo foi feito bem abaixo do nariz dos representantes do tratado do comércio de armas - "Arms Trade Treaty" - tratado esse ratificado pelo parlamento em 2013 o qual declarava que "nenhum estado fazendo parte desse tratado deveria autorizar, de quando consciente do fato, a transferência de armas se essa transferência viesse a levantar suspeitas do uso dessas armas contra alvos ou sujeitos civís, ou de outros crimes de guerra.
Frente denuncias de que armas providas pela Itália estavam sendo usadas pelas forças aéreas da Arábia Saudita e Kuwait para massacre de civís no Iêmen a ministra Pinotti respondeu que: "Não vamos transformar os estados que são nossos aliados na guerra contra Daesh [Estado Islâmico] em inimigos. Isso seria um grande erro."
Seria então especialmente um grande "erro" permitir que se tornasse de conhecimento público que nossos "aliados" sauditas e kuwaits são monarquias absolutistas onde o poder fica concentrado nas mãos do governante e seu círculo familiar onde partidos e organizações sindicais são proibidos por lei, e onde trabalhadores estrangeiros - (10 milhões na Arábia Saudita, ou seja, a metade da sua força de trabalho e 2 milhões dos 2,9 milhões dos habitantes de Kuwait) - vivem em condições de exploração e escravidão. Tem-se então também aqui que os que reinvidicam os mais básicos direitos humanos são enforcados ou decapitados.
É nessas mãos que a Itália "democrática" coloca aviões de ataque capazes de carregar bombas nucleares. Isso sabendo que a Arábia Saudita já possui as bombas nucleares e que Kuwait poderia também vir a usá-las.
[Entretanto e tendo-se em vista tudo isso] a ministra Pinotti na conferência internacional sobre leis internacionais humanitárias, "International Humanitarian Law Conference", depois de ter ressaltado a importância das leis e normas internacionais, terminou dizendo que a "Itália é um país imensamente responsavel assim como dígno de todo respeito."
Referências e Notas:
Manlio Dinucci, "Nuclear Red Alert. Saudi Fight-Bombers Equipped with Nuclear Warheads" - Il Manifesto and Voltairenet 28 February, Global Research March 02.
Copyright Manlio Dinucci - Il Manifesto
Tradução Anna Malm