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Entrevista ao delegado da Frente Polisario em Portugal, Sr. Ahamed Fal

Entrevista ao delegado da Frente Polisario em Portugal, Sr. Ahamed Fal

Entrevista ao delegado da Frente Polisario em Portugal, Sr. Ahamed Fal

Há 41 anos atrás, a 14 de novembro de 1975 Espana escreveu uma das páginas mais tristes da sua história, entregou à pressa e num bandeja, um povo inteiro amarrado de pés e mãos ao matadouro. Desde então não cessaram as tentativas de Marrocos (agressor/ocupante) para eliminar fisicamente do mapa o povo saharaui.

1. Qual é a atual situação sob a lei internacional relativamente ao direito do povo Saharaui a um Referendo sobre o seu futuro?

Há 41 anos atrás, a 14 de novembro de 1975 Espana escreveu uma das páginas mais tristes da sua história, entregou à pressa e num bandeja, um povo inteiro amarrado de pés e mãos ao matadouro. Desde então não cessaram as tentativas de Marrocos (agressor/ocupante) para eliminar fisicamente do mapa o povo saharaui, perante esta situação, a resposta é óbvia "organização e resistência."

Neste 27 de fevereiro de 2016 assinala-se o 40º aniversário da República Saharaui Árabe Democrática (RASD), o Estado saharaui, é agora uma realidade óbvia, um membro fundador da União Africano, com representação diplomática a nível de embaixadas na África, América Latina e Ásia e presença política em toda Europa, o Estado saharaui assenta em instituições sólidas que garantam os direitos básicos de seu povo, na educação, na saúde, na segurança e defesa.

 

O povo saharaui em simultâneo com a construção do seu futuro Estado, persegue uma luta constante para conquistar os seus direitos usurpados e a recuperação de parte do seu território atualmente sob a ocupação ilegal de Marrocos.  A 6 de Setembro de 1991, a Organização das Nações Unidas e o seu Conselho Segurança fizeram  um apelo às duas partes em conflito, Marrocos e à Frente Polisário para a busca de uma solução pacífica através da implementação de um referendo transparente e democrático, no qual o povo saharaui possa expressar livremente o seu próprio destino. Até à data este referendo não foi realizado, devido à recusa, obstaculização e impedimento por parte de Marrocos aos esforços da comunidade internacional para resolver este conflito

 

2. O Marrocos continua a violar a lei?

 

Marrocos tem sido sempre como era no seu tempo a Alemanha de Hitler, é uma ameaça permanente para os seus vizinhos, o chamado grande Marrocos é um projeto agressivo de expansão territorial. Ninguém reconhece a suposta soberania de Marrocos sobre o Sahara, começando pelos próprios marroquinos.

 

O falecido Rei de Marrocos Hassan II quando aceitou o plano de resolução proposto pela ONU e pela Unidade Africano,  proclamou por duas vezes que se os saharauis no referendo optassem pela independência, seria ele o primeiro a abrir uma embaixada na cidade que os saharauis escolhessem como capital.

 

Marrocos está a agir fora da lei internacional, não só por violar todas as resoluções internacionais, mas também através da implementação de uma política de genocídio e extermínio contra a população saharaui nos territórios sob sua ocupação e isolamento destes territórios do mundo exterior, barrando a entrada a jornalistas estrangeiros, associações e organizações internacionais de defesa dos direitos humanos, e até aos dias de hoje, Marrocos tem dezenas de cidadãos saharauis nas suas prisões injustamente condenados a penas desproporcionais de 20 anos à prisão perpetua. A marginalização da população saharaui, o seu empobrecimento e a privação de todos os seus direitos é outra das tácticas de Marrocos.

3. Sente que  o seu povo foi abandonada pela Comunidade internacional?

 

3. Sente que seu povo tem sido abandonado pela comunidade internacional?

  

A causa saharaui tem sido e continua a estar presente na agenda internacional, o movimento internacional de solidariedade tem vindo a crescer ao longo dos últimos 40 anos, e há centenas de pessoas de todos os países do mundo que visitam os acampamentos de refugiados saharauis e através da sua presença aí demonstram a sua solidariedade e nos dão animo, a causa saharaui não é uma causa esquecida, mas há de facto negligência e falta de mecanismos das Nações Unidas para impor as suas próprias resoluções sobre este conflito, apesar de todos os anos desde 1964 reafirmar a direito do povo saharaui à autodeterminação e independência,

 

Há exemplos na história, nos quais  a lei internacional foi imposta, como é o caso do apartheid na África do Sul, a causa Palestina, Timor Leste, nestes casos houve uma aplicação e comprimento severo da lei internacional com sanções politicas e económicas que levaram à independência da África do Sul e de Timor-Leste a ao reconhecimento do estado da Palestina nas Nações Unidas.

 

Estas medidas devem também ser aplicada contra Marrocos devido à sua postura intransigente contra o direito internacional e permitir ao povo saharaui de exercer o seu direito de autodeterminação, o direito à autodeterminação é um dos princípios fundamentais em que se baseia a lei internacional e é um dos pilares das Nações Unidas.

 

4. Tem um apelo a fazer aos povos do mundo? O quê é que as possoas podem fazer para ajudar?

 

Primeiro quero  agradecer toda a solidariedade e apoio ao longo destes 40 anos de resistência e incentiva-los a continuar a apoiar esta causa, porque é uma causa justa.

 

Apelo à necessidade de continuar a lutar para romper o blackout/silêncio dos meios de comunicação imposto por Marrocos e seus aliados e intensificar a luta em todas as frentes, nos meios de comunicação, redes sociais, nas instituições públicas, fóruns nacionais e internacionais, de forma a que o povo saharaui possa alcançar a sua liberdade e contribuir para o fortalecimento de um mundo mais justo onde reina a liberdade, a justiça e o direito internacional entre todos os países do mundo.  Como acção imediata e individual podem começar por subscrever o abaixo-assinado internacional exigindo a realização do referendo para a autodeterminação de acordo com as resoluções das Nações Unidas (http://www.westernsahara-referendum.org/?section=2&lang=en).

              

Timothy Bancroft-Hinchey

Pravda.Ru

Colaboração da Isabel Lourenço

Membro da Fundación Sahara Occidental

 


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Timothy Bancroft-Hinchey