NOVA IORQUE/ESTADOS UNIDOS - Endividado, e com uma influência que perdeu poder por causa do escândalo de corrupção na Petrobrás, que já virou notícia policial mundo afora, o Brasil foi obrigado a retirar seu candidato na escolha dos novos juízes do Tribunal Penal Internacional (TPI). O brasileiro Leonardo Brandt não conseguiu votos suficientes na ONU e o Brasil foi forçado a abandonar a corrida.
Por ANTONIO CARLOS LACERDA
Membro fundador do TPI, o governo federal petista do Brasil tinha conseguido colocar entre os juízes da entidade logo em seus primeiros dias a brasileira Silvia Steiner. Hoje, a situação do Brasil é diferente.
O Brasil deve US$ 76,8 milhões ao orçamento regular da secretaria da ONU, além de outros US$ 87,3 milhões para as operações de paz dos capacetes azuis. Se não bastasse, o Brasil também deve US$ 6 milhões que são destinados para os tribunais internacionais criados pelas Nações Unidas, a maioria deles com sede em Haia.
75% do passivo da corte ocorre por conta dos atrasos no pagamento do Brasil e, se o dinheiro não for pago, o Brasil será suspenso do Tribunal, não tendo direito a entrar com processos ou mesmo se defender.
Ainda assim, o governo mantinha a candidatura de Leonardo Brandt para um cargo de juiz na entidade. Diplomatas encarregados das relações com a ONU chegaram a recomendar que a candidatura não fosse apresentada, diante do constrangimento da dívida. Ainda assim, a cúpula da chancelaria optou por levar adiante a candidatura.
Um total de seis postos estavam sendo disputados e 18 nomes foram apresentados por diversos países. Na rodada que eliminou o brasileiro, o Itamaraty conseguiu menos votos que Timor Leste e Suécia. Foram eleitos até agora um coreano, polonês, alemão, francês e congolês.
ANTONIO CARLOS LACERDA é Correspondente Internacional do PRAVDA.RU
Ver também: http://port.pravda.ru/cplp/brasil/