Por Igor Fuser, no jornal Brasil de Fato:
O imperialismo estadunidense está em plena ofensiva na América do Sul. A meta para 2015 é eliminar ao menos um dos governos progressistas da região – o da Argentina – e submeter outros dois, o do Brasil e o da Venezuela, a ataques demolidores que preparem o retorno dos políticos neoliberais ao poder.
Essa orientação faz parte de um projeto mais amplo de reconquista da hegemonia. Diante de rivais poderosos (China e Rússia) e de aliados vacilantes (Alemanha e França), a elite dominante dos EUA trata de recuperar o controle do seu antigo quintal latino-americano.
No Brasil, está em curso um processo de lavagem cerebral em massa. Dia após dia, a mídia a serviço dos EUA e do capital financeiro executa uma campanha sistemática de desmoralização do governo Dilma e do PT.
Enquanto isso, nas redes sociais, circulam os boatos mais inverossímeis, as calúnias mais sórdidas. Os ricos e os instruídos fingem que acreditam, e os pobres e desinformados acreditam, simplesmente.
A mesma tática do linchamento em câmera lenta é aplicada na Argentina, onde se tentou culpar a presidenta Cristina Kirchner pela morte do promotor Alberto Nisman, ocorrido na véspera da data em que pretendia acusar o governo de conspirar com o Irã para bloquear as investigações do atentado terrorista contra a entidade judaica Amia, vinte anos atrás.
Na verdade, todas as evidências comprovam a hipótese de suicídio e inexistem sinais de envolvimento das autoridades no episódio. Depois de muita confusão, o juiz encarregado do caso rejeitou totalmente a tese de Nisman sobre a Amia.
Mas o estrago já está feito e deve prejudicar o oficialismo nas eleições presidenciais do segundo semestre. Na Venezuela, segue a todo vapor a guerra econômica contra o governo de Nicolás Maduro. Empresários poderosos escondem ou desviam para o contrabando produtos essenciais a fim de provocar um cenário de escassez.
Essa estratégia, igual à usada na deposição de Salvador Allende no Chile, é mais eficaz do que o golpismo puro e simples. Está em jogo o resultado das eleições parlamentares de novembro. Uma derrota do chavismo será a senha para o assalto da direita ao poder em 2016.
Texto: / Postado em 06/03/2015 ás 19:23
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