As vítimas do alegado ataque com armas químicas são atendidas por comitês locais, e o governo do presidente Bashar al-Assad, através do Ministério da Informação, já rechaçou as denúncias de uso de armas químicas. (HispanTV)
Um grupo de peritos enviado pela Organização das Nações Unidas está na Síria para investigar as denúncias feitas sobre o uso de armas químicas, e o Ministério da Informação do país reagiu às notícias classificando-as como "falsas". Segundo fontes da oposição síria, há centenas de vítimas fatais de um ataque lançado com armas químicas na zona de Ghouta, nas imediações da capital, Damasco, nesta quarta-feira (21), mas as denúncias têm sido questionadas.
Ainda não foram confirmadas as declarações da oposição síria, mas há suspeitas de que grupos com objetivos políticos tenham cometido alguns crimes nas proximidades de Damasco, de acordo com uma emissora britânica no idioma árabe, Sky News Arabia.
De acordo com a oposição, em várias regiões da capital síria, em especial na zona de Ghouta, foram realizados vários ataques aéreos com gases tóxicos, o que o governo sírio, através do Ministério de Informação, negou veementemente.
De acordo com a iraniana HispanTV, a oposição já citou o número de 1.188 mortos, enquanto agências de notícias como a EFE e a emissora britânica BBC, assim como a árabe Al-Jazira, situam o número de vítimas fatais em cerca de 700 pessoas, e citam a própria "oposição" como fonte.
A fonte citada pela EFE, por exemplo, é a Coalizão Nacional das Forças da Revolução e da Oposição Síria (CNFROS), que é sediada no exterior e exige a demissão do governo do presidente Bashar al-Assad. A coalizão, apoiada pelo Ocidente, recusa-se a participar das conferências internacionais de diálogo político propostas pela Rússia e pela ONU enquanto não tiver a sua exigência atendida.
As vítimas apresentam hemorragia interna e insuficiência respiratória, ou problemas pulmonares, de acordo com a oposição citada pela HispanTV.
Embora a oposição acuse o Exército pelos ataques, as forças oficiais do governo fazem a acusação contrária em outros incidentes registrados, e acusam grupos armados e financiados desde o exterior de lançar mísseis com produtos químicos em regiões como Jan Al-Asal, na cidade Alepo, no noroeste, onde morreram quase 30 pessoas em março.
Em maio, uma equipe de peritos enviada à Síria confirmou o uso de gás sarin pelos grupos armados que atuam no interior do país, e disse não ter evidências do mesmo uso por parte das forças oficiais, seja contra civis ou contra os rebeldes, muitos dos quais são mercenários ou combatentes islamitas de países vizinhos.
De acordo com a agência de notícias síria, Sana, as fontes e as emissoras que transmitiram as notícias "estão envolvidas no derramamento de sangue dos sírios e apoiam o terrorismo", e as denúncias são "completamente infundadas". Entretanto, as emissoras e agências citadas ainda não confirmaram o alegado uso de armas químicas.
"O objetivo por trás das emissões de tais reportagens e notícias é desviar a atenção da comissão da ONU de investigação sobre armas químicas da sua missão", escreve a agência, citando uma "fonte da mídia", em declarações nesta quarta.
O chefe da equipe de inspetores da ONU na Síria, o cientista sueco Ake Sellstrom. disse, nesta quarta, que tinha apenas visto gravações transmitidas pela televisão, mas que o alto número de vítimas "soa suspeito". Ainda assim, afirmou ser necessária a investigação das denúncias sobre o uso de armas químicas.
O líder da Liga Árabe (da qual a Síria foi suspensa arbitrariamente em 2011), Nabil al-Arabi instou os investigadores, em declaração, a "irem imediatamente para o leste, a Ghouta, para ver a realidade da situação e investigar as circunstâncias deste crime". A Liga cedeu o assento sírio à CNFROS em uma das suas últimas cúpulas.
O Observatório Sírio de Direitos Humanos havia afirmado que um ataque nas proximidades da capital síria matara ao menos 100 pessoas, mas não mencionou o uso de armas químicas.
Com agências,
Da Redação do Vermelho
http://www.iranews.com.br/noticia/10681/governo-da-siria-rechaca-acusacao-da-oposicao-de-ataque-quimico