O falecido mandatário da Venezuela, Hugo Chávez, "já não é uma pessoa, mas uma cultura, um caminho para salvar a humanidade", afirmou na última sexta-feira (8) o presidente da República Islâmica do Irã, Mahmud Ahmadinejad.
AP- Hispan TV
Depois de participar do funeral de Estado de Chávez, realizado nesse mesmo dia na capital venezuelana, Caracas, Ahmadinejad declarou que Chávez é "um coração repleto, cheio de amor ao próximo (...) um grande homem pleno de características humanas e grandes valores, era como um manancial transparente, natural e puro".
O chefe do Executivo iraniano asseverou que o presidente bolivariano se esforçou muito pela independência de seu país com o fim de dar desenvolvimento e bem-estar ao povo venezuelano e que neste caminho "enfrentou todo tipo de pressões".
Ahmadinejad assegurou que a nação sul-americana continuará com valentia e amor à justiça o caminho que Chávez abriu.
"O futuro será mais brilhante do que hoje, porque sempre existe um destino e estou seguro de que o povo venezuelano assim o fará. Chávez foi um povo e pertenceu aos povos (...) Foi ele que conseguiu posicionar a Venezuela em escala mundial", concluiu o mandatário persa.
Mahmud Ahmadinejad indicou que as relações entre o Irã e a Venezuela se enraízam na história, e disse que Chávez amava o Irã. Declarou também que foi ao seu funeral para expressar solidariedade e transmitir a mensagem da nação persa.
Ele contou que nas reuniões que manteve com as autoridades iranianas, Chávez sempre se referia a seu amor pelo Irã. Disse que inclusive sua mãe comentou isso com ele durante a cerimônia.
"Chávez se perpetuará na historia", disse o líder persa, destacando que alguns, em particular os inimigos, consideravam que a morte de Chávez frearia o avanço dos movimentos revolucionários, mas a cerimônia evidenciou que os movimentos pela unidade e solidariedade seguirão adiante.
Na opinião do presidente iraniano, Chávez é o pilar e o abandeirado dos movimentos revolucionários devido a sua resistência, valentia, amor pelo povo, religiosidade e seu arrojo diante do hegemonismo.
Em outra parte de suas declarações, Ahmadinejad assinalou que quando as nações latino-americanas lutavam contra o colonialismo para obter sua independência, foram violentamente reprimidas. Não obstante, agrega, depois da vitória da Revolução Islâmica do Irã, se levantou uma nova onda de movimentos revolucionários da América Latina, cujo líder foi Chávez, um verdadeiro revolucionário.
Sobre a visão de mundo de Chávez, Ahmadinejad sublinhou que este pretendia estabelecer a justiça, a amizade, a irmandade e os valores humanos; metas, por outra parte, que são também da Revolução Islâmica do Irã.
Ahmadinejad participou junto com mais de 30 chefes de Estado e 55 delegações internacionais de todo o mundo, da cerimônia que teve lugar na Academia Militar de Caracas para render homenagem ao líder da Revolução Bolivariana.
O líder foi calorosamente aplaudido. Visivelmente emocionado, beijou o féretro em que estava o corpo de Chávez coberto com a bandeira nacional venezuelana e fez uma saudação com o punho cerrado.
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