Por ANTONIO CARLOS LACERDA
PRAVDA.RU
BRASILIA/BRASIL - Além de ser o País campeão mundial em assassinatos, o Brasil é o 11º país do mundo em que os assassinatos de jornalistas mais ficam impunes, segundo levantamento do CPJ (Committee to Protect Journalists). De acordo com o "Índice da Impunidade" elaborado pelo órgão, cinco mortes de jornalistas nos últimos dez anos não resultaram em nenhuma condenação no país.
Duas dessas mortes aconteceram no ano passado: a do dirigente petista e editor Edinaldo Filgueira do jornal "O Serrano", que recebeu seis tiros em 15 de junho. O crime aconteceu em Serra do Mel (252 km de Natal), no Rio Grande do Norte, Nordeste do Brasil.
No blog do jornal, que trata de temas como política, esportes e casos policiais, ele escreveu que o veículo se tornou conhecido por ser aberto à população e ter coragem para "enfrentar temas polêmicos".
Segundo o órgão, também não foi solucionada a morte do apresentador de TV e radialista Luciano Leitão Pedrosa, de Pernambuco. Ele também foi alvo de tiros em abril do ano passado na cidade de Vitória de Santo Antão (47 km de Recife).
Pedrosa apresentava o programa policial "Ação e Cidadania". Antes de ser morto, tinha dito que recebia ameaças, mas nunca as registrou na polícia.
O indicador do CPJ calcula o percentual de casos não solucionados de mortes de jornalistas em relação à população de cada país. Só entram no levantamento países em que ao menos cinco crimes não resultaram em condenação.
O pior país do ranking é o Iraque, onde, de acordo com o comitê, investigações sobre 93 mortes desde 2002 ainda não foram solucionadas. Ele é o líder do levantamento desde sua primeira edição, em 2008.
Entre os latino-americanos, além do Brasil, aparecem no ranking a Colômbia, com oito mortes impunes, e o México, com 15.
ANTONIO CARLOS LACERDA é correspondente internacional do PRAVDA.RU