Os países da SCO podem privar o COI de legitimidade e a parte de leão do dinheiro olímpico

A cimeira de dois dias da Organização de Cooperação de Xangai, realizada em Samarkand a 15-16 de Setembro, atraiu a atenção generalizada mesmo entre os não-membros. Literalmente todas as declarações aí feitas foram colocadas sob o microscópio.

Contudo, uma questão importante, levantada pelo presidente bielorrusso, foi deixada de fora das notícias:

Aliaksandr Lukashenko questionou a legitimidade dos Jogos Olímpicos "na sua versão actual".
Segundo o líder bielorrusso, o principal acontecimento no mundo do desporto foi agora transformado pelos esforços dos líderes ocidentais num instrumento de luta contra os opositores políticos. O mesmo que sanções, manipulação de vistos e assim por diante.

Lukashenko lembrou que a Carta Olímpica afirma claramente:

"... as organizações desportivas dentro do movimento olímpico devem observar a neutralidade política",

assim como

"... deve ser assegurada a ausência de qualquer forma de discriminação de natureza racial, linguística, religiosa ou política".

Por outras palavras, Lukashenko salientou no seu discurso, "o desporto deve unir países e povos", enquanto que agora, para agradar a conjuntura política, pelo contrário, se divide.

"A fim de aumentar o prestígio dos Estados membros da SCO... propomos a realização de uma série de eventos sobre desportos olímpicos de Verão em 2024 e sobre desportos olímpicos de Inverno em 2026", resumiu o chefe de Estado bielorrusso.

Por outras palavras, Lukashenko acusou o Comité Olímpico Internacional de não cumprimento do seu estatuto a partir da tribuna da SCO. Ele também deixou claro:

Se o COI não tomar juízo e continuar a jogar ao lado do Ocidente, os Jogos Olímpicos serão assistidos apenas pelos países ocidentais.
É muito provável que tal perspectiva não agrade aos funcionários do COI - eles estão habituados a viver bem com as taxas dos países que participam no movimento olímpico.


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Olga Lebedeva