Antes da tentativa de arruinar a carreira política de Lula, o novo Presidente do Brasil tinha mostrado as suas credenciais como líder na cena nacional e mundial
À medida que a desagradável, perda-de-tempo, embaraçosa e humilhante presença de Bolsonaro e da sua gentinha caem na sombra da obscuridade política, vemos novamente no Brasil um amanhecer bem-vindo de Luiz Inácio da Silva, ou simplesmente, Lula. Presidente do Brasil entre 2002 e 2010, no início deste século, o Presidente Lula tirou quarenta milhões de brasileiros da pobreza e colocou o Brasil no centro do palco mundial, ajudando os países em desenvolvimento em todo o globo.
O Brasil só o poderia fazer se o motor da sua própria economia estivesse a ronronar sem sobressaltos, e isso, Lula entregou com programas sociais. A pobreza extrema foi reduzida em quase dez por cento nos seus primeiros quatro anos de mandato, o poder de compra do brasileiro médio duplicou, uma vez que o governo se concentrou na distribuição da riqueza, que antes de Lula tinha estado concentrada nas mãos de poucos, entregando também educação de qualidade.
As palavras-chave dos dois termos de Lula são desenvolvimento sustentável, redução da pobreza, inclusão social, redução da vulnerabilidade da economia ao exterior e ligação do crescimento económico à distribuição da riqueza. Assim, conseguiu garantir preços fixos, taxas de juro mais baixas e maior acessibilidade ao crédito para todos os membros da sociedade. O Brasil floresceu. Onde antes as famílias lutavam para colocar uma tigela de feijão e arroz na mesa, agora podiam ter um frigorífico, e um congelador. À medida que a economia crescia, o emprego também cresceu.
Ao longo dos seus dois mandatos, a Presidência Lula criou dois programas fundamentalmente importantes - Bolsa Família e Fome Zero. A Bolsa Família foi um dos maiores programas de transferência de riqueza do mundo, o que foi crucial para sustentar o Fome Zero, uma vez que as famílias que viviam na pobreza extrema tiveram acesso a alimentos mais baratos e foram capacitados a colocar alimentos na mesa da família, diariamente. A agricultura familiar foi apoiada pelo governo e, como exemplo, de 2002 a 2005, o volume de recursos destinados às famílias mais pobres aumentou em 150 por cento, atingindo todo o Brasil e 11,1 milhões de famílias. A igualdade social disparou e o Brasil deixou de ser uma nação dos podres de rico pobres vivendo na miséria.
Sob Lula, o Brasil representava um mundo multilateral sem guerras frias, fomentando o desenvolvimento e o comércio e a amizade. Lula compreendeu que nenhum país latino-americano o poderia fazer sozinho, pelo que apoiou o MERCOSUL (uma União Latino-Americana) de modo a poder actuar como um bloco.
O discurso de Lula hoje, em 2022, quando foi entrevistado na televisão brasileira quando foi votar, é mais do mesmo do que começou entre 2002 e 2010 e que a Presidente Dilma (também do Partido dos Trabalhadores) tentou continuar até o tapete lhe ser arrancado debaixo dos pés numa manobra política nojenta, seguida de outro golpe baixo contra o próprio Lula, num caso político que o acusava de um acto de que mais tarde foi ilibado.
Sob Bolsonaro (2018-2022), os programas sociais foram cancelados, a pobreza regressou, a fome regressou e o Brasil está a experimentar uma fuga de cérebros à medida que a violência atinge proporções épicas, em algumas cidades 100 mortes por fim-de-semana.
É verdade, Lula herda um Brasil diferente daquele que tirou da pobreza. Mas ele promete fazer a mesma coisa novamente, no Brasil e no palco mundial e sejamos perfeitamente honestos, ambos precisam disso. Lula é a promessa do século XXI.
Leia o meu artigo de 2006 quando Lula foi reeleito
https://port.pravda.ru/mundo/12851-luladenovo/
Timothy Bancroft-Hinchey pode ser contactado em timothy.hinchey@gmail.com