Bolsonaro, Tragédia Necessária para o Socialismo Democrático
Patologia do poder de Luiz Inácio é a solucao elitista a fim de salvar o putrefato sistema brasileiro, financeirizado, corrupto e excludente por natureza
Eis o último gracejo anti-democrático com precário aspecto intelectualizado de sempre, por parte dos clientes do PT travestidos de historiadores e jornalistas, nesta "onda em favor da democracia": "é triste que o PDT não faça parte do processo de reconstrução democrática do Brasil", referindo-se à candidatura presidencial de Ciro Gomes.
Escancarando, novamente, o caráter essencialmente anti-democrático petista - em nome da democracia -, até mesmo internamente autoritário, como sempre foi.
Politica do 'Big Stick': Democracia Só para o PT
Ser candidato é permitido pela democracia.
E isso não depende de que os petistas autorizem nem gostem de outras candidaturas: elas são pertinentes e necessárias ao sistema democrático (ou "processo democrático" em tese liderado pelo PT, como essas mal-arranjadas versões petistas de "intelectualidade" estáo palrando nestes dias em que se prega uma das maiores mentiras da história do Brasil).
Eis o velho maquiavelismo tipo-petista. "Ou estão ao nosso lado, ou estão contra o Brasil": alguma semelhança com o espírito bolsonarista, que dizem combater hoje?
Para nem se mencionar que (nenhuma novidade) Luiz Inácio hoje abraça fraternalmente, como se nada tivesse acontecido, os mesmos que trouxeram o País a esta situação incluindo ex-ditadores militares e os mais corruptos, reacionários, golpistas, repugnantes seres da política nacional.
Democracia dos Banqueiros: Se Ser Democrata É Ser Imbecil, Sou Ditador
Alguma surpresa que até banqueiros estejam celebrando entusiasticamente, publicamente a candidatura lulista (!), que se outorga para si, entre outros atentados contra a social-democracia, o neoliberal, elitista título de "mais eficiente governo em responsabilidade fiscal" (eufemismo para garantia ferrenha dos lucros dos bancos e das grandes corporações, enquanto joga migalhas ao povo sem alterar em absolutamente nada sistemas essenciais para a população, como o de saúde para nem falar o de justiça, e as próprias relações de poder no Brasil).
Por que, para provar aos petistas que somos democráticos e para sermos, efetivamente, parte do "processo de reconstrução da democracia", devemos apoiar o candidato preferido dos banqueiros durante este "despertar democrático" no Brasil?
Só na imaginação delirante desses excessivamente cínicos!
Patrulhamento com Precário 'Que' Democrático
Voltemos um pouco no tempo, como recurso didático aqui: nos idos de 2010, durante a "Primavera Democrática Petista" no Patropi, escreveu o grande economista Paulo Kliass: "Não ao patrulhamento e o medo da crítica", refernido-se à perseguição ferrenha a suas analises econômicas com vies progressista, e aos mais diversos especialistas e jornalistas em geral, que seguiam o mesmo tom.
Esses patéticos "historiadores", "jornalistas" e "especialistas" bem conhecidos pelo clientelismo petista não tem, de suas salas encarpetadas com ar condicionado e frigobar, espaço em lugar nenhum fora da mídia aberrantemente militante - escárnio de "jornalismo", panfletada politiqueira muito pior do que eles mesmos criticam na mídia predominante.
Mesmo em suas instituições de ensino, vivem de maneira sectária. E eles apreciam isso, até geram tal situação pois, em país de gente altamente ignorante como no caso do Brasil, eles aparentam ser algo como "puritanos".
Por outro lado, isso lhes rende o famoso "jabá" e a garantia da cara nas web-TVs petistas - muita coisa para gente deste nada louvável nível, intelectual e moral.
Neoliberalismo por Neoliberalismo
A candidatura de Luiz Inácio, longe de ser alternativa minimamente social-democrata para este caos (também sub-produto petista), representa (de novo) a estabilidade deste sistema podre.
O mundo financeiro quer desesperadamente Luiz Inácio de volta: alguém acredita que por amor à democracia e justiça social? Alguém acredita que essa nojeira resultara em reconstrução democrática no País?
A clientela petista jura que sim em suas "análises" sobre o atual "despertar democrático". E com certo sucesso consegue, desempenhando o ridículo, dissimulado papel de porta-voz da cúpula petista, convencer sua plateia a qual, através de ditos e feitos, acaba comportando-se como os próprios bolsonaristas em sua "raiva militante" que patrulha, desqualifica, ataca covardemente toda e qualquer divergência (ate mesmo entre seus quadros).
Porém, mantemo-nos firmes. Firmes em nossos ideais (e jornalistas também tem ideais, havendo momentos oportunos para manifestá-los; alguns, urgentes como este).
O neoliberal Luiz Inácio rotula-nos de direitistas.
O neoliberal Bolsonaro rotula-nos daquilo que somos: socialistas.
O neoliberal Luiz Inácio abraça aqueles que combatemos (e os que ele mesmo e seus capachos sempre incitaram a combater, através de retóricas que só enganam os mais ingênuos e interesseiros).
O neolibral Bolsonaro chuta o traseiro todo mundo (inclusive do sistema de "Justiça", até antes de ontem o horror da mesma "esquerda" tupiniquim que hoje o adula).
Sob governo neoliberal de Luiz Inácio, nossa voz será sufocada como sempre foi (através do "processo democrático" petista tudo será pior como, aliás, já está sendo).
Sob governo neoliberal de Bolsonaro, nossa voz denuciando este sistema clamando por mudanca estrutural é aceita ressoando por todo o País, e internacionalmente
Um hipotético governo do pseudo super-heroi petista será um agressivamente arrogante "cala boca" com aspecto democrático. Nao se poderá ousar, sequer, questionar este sistema podre, as perversas relações de poder no Brasil.
Patologia do Poder
Bolsonaro é a tragédia conveniente, necessária à destruição da cruel ditadura do sistema financeiro e político brasileiro (que nunca foi minimamente sanada), a qual Luiz Inácio se dispõe a salvar retornando às benesses do poder, excludente por natureza.
É de Bolsonaro, lamentavelmente, que poderá surgir uma luta popular brasileira capaz de alterar a perversa estrutura política e econômica do País.
O PT está declaradamente destinado a manter o status quo, ou establishment. Na hora que a água subir ao nivel do bumbum, ninguém pense que Luiz Inacio ficará ao lado do povo em contraposição aos banqueiros, às oligarquias, os donos do Estado, usurpadores do poder - os quais cobrarão o preço do poder. Ou ninguém sabe como é política, especialmente sob a estrutura que temos no Brasil?
Nunca houve na história do Brasil momento mais propício para se colocar em debate - e afirmar - democracia participativa, alteração nas relações de poder que, isto sim, derrotaria o bolsonarismo.
Eventual derrota eleitoral não derrotará o bolsonarismo/fascimo no Brasil (e os petistas sabem disso): amarga ilusão, isto sim, ao sofrido povo que trabalha duro, doce ilusão aos promotores do Pão e Circo que ganham a vida inteirinha fazendo campanha política, viajando Brasil e mundo afora morrendo de rir (o petista tem, e não se sabe de onde sai isto em favor do cidadão comum de hoje, o ímpar, inconstitucional privilégio de ser escoltado pela Polícia Federal nas ruas jogando confetes - "risco de ser assassinado" - enquanto o povo, totalmente desprotegido, é assassinado aos milhares diariamente sem sequer direito a B.O. policial), neste sistema putrefato terminando essas "exaustivas campanhas democraticas" saudáveis mesmo quando derrotados, mais ricos e morrendo de rir.
Os leitores sao pudicos, desculpem-nos, mas este é o termo mais brando para definir isso tudo: sistema de idiotas para idiotas.
No sentido inverso, a hipotética presidencia de Luiz Inacio, fantoche dos mesmos usurpadores no poder de sempre, nada mais fará que adiar os problemas do Brasil, e pavimentar o caminho (de novo) para outros Bolsonaros - subprodutos da democracia de fachada petista, em nome do poder pelo poder.
Lições nunca aprendidas no Brasil.
Neste caso, voltar a cair no "erro" não se trata de burrice, mas da patologia do poder.
O Apito da Panela de Pressão Soou
Assim como Donald Trump, sub-produto da ditadura capitalista bipartidária dos Estados Unidos, Bolsoraro, sub-produto também do PT, soou o apito da panela de pressão, alertando que este sistema esgotou-se.
O que o líder petista propoe através de sua candidatura, é tapar os ouvidos da sociedade a fim de que não escute o soar de alerta. O que podemos denominar "anestesia psicológica", ou "anestesia da consciência".
Quantos vezes mais mais será necessário que o apito soe, para que o Brasil venha a viver sob um sistema realmente democrático?
Chacrinha Moderado na Presidência
A tempo, ressalte-se o que este jornalista vem dizendo desde meados de 2017, estando ainda mais convicto disto hoje em dia: Bolsonaro é menos indecente com seu eleitorado, que Luiz Inácio com o seu.
Já naquela época, este mesmo autor também previa dada a sucessão de acontecimentos: "Em um futuro governo federal, o petista será ainda mais neoliberal que em seus anteriores mandatos".
Mais uma distração das elites a fim de acalmar os ânimos no País, enquanto estruturalmente tudo seguirá igual.
Ai de quem reclamar: tachado de subversivo será, pelo poder reacionário da vez.