“Os lugares mais quentes do inferno são destinados àqueles que escolhem a neutralidade em tempos de crise” – Dante Alighieri (1265-1321)
Crise e confronto de ideias, este é o Brasil de hoje. Milhões de brasileiros nas ruas, de ambas as ideologias dominantes: coxinhas e petralhas. Vamos tentar radiografar isso, olhando além de interesses pessoais e políticos. Certamente o foco é a visão de mundo, a economia e as posturas politicas.
Coxinhas acreditam e priorizam a austeridade, colocar as contas do governo sob controle, não gastar mais do que arrecadam e deixar os problemas sociais por conta de programas que serão ativados conforme a disponibilidade de recursos. Algo como: este é o salario mínimo possível, se os petralhas conseguirem comer é problema deles, não da pra pagar mais. Estes neoliberais ou neocon acreditam na possibilidade de gerenciar as leis econômicas!!! Priorizam, sobretudo, o pagamento aos banqueiros que são credores e financiadores de nosso desenvolvimento, geradores de empregos. Em outras palavras, coxinhas acreditam que o econômico, baseado na credibilidade do Pais, vai avançar sobre o social e todos viverão felizes. Resultado da filosofia dos coxinhas é uma elite de privilegiados, capitaneada pelos banqueiros, e uma multidão de excluídos. Sabe quando os petralhas conseguirão comer ? Nunca.
Petralhas priorizam o social, descobriram na própria pele, que para gerar trabalho produtivo é preciso estar alimentado, com saúde e educação – o que é uma verdade biológica. até o automóvel precisa de combustível a priori para rodar. Entretanto, isto fornecido pelo governo, vale dizer pelos impostos capturados de trabalhadores e empresários, vai gerar um tremendo déficit e inviabilizar o governo que perde credibilidade internacional e reduz os investimentos. Eles acreditam sobretudo que quando as pessoas forem bem alimentadas e tiverem saúde e educação, vale dizer: com o aspecto social resolvido, o econômico se expande e todos viverão felizes. Sabe quando esta equação vai fechar? Nunca.
Nessa bagunça de concepções distintas, os políticos, legitimados por keynesianos ortodoxos, interferem na economia de forma desastrada – se intrometem até sobre compra de plataformas de petróleo de empresas estatais – absurdo dos absurdos – isto não pode dar certo!!! Esperteza de toda sorte, eles descobriram que eleição é um bem econômico com preço no mercado – bombeiam recursos dos prestadores de serviços, dependentes do governo, para suas campanhas eleitorais, deixando um pedaço nos próprios bolsos!!! Aqui coxinhas e petralhas agem de forma semelhante. Não tem Madre Teresa nesta casa de tolerância!!!
O que podemos aprender disso tudo? Como podemos conciliar visões tão distintas?
Coxinhas estão corretos em manter um orçamento equilibrado. Petralhas, corretíssimos, descobriram o óbvio: todos precisam se alimentar e ter acesso aos sistemas de saúde e educação.
Temos que transformar estes 3 setores: nutrição, saúde e educação, de despesa orçamentária em investimento empresarial – através de um novo Pacto Social onde empresários assumem estas responsabilidade sociais e o governo reduz a tributação correspondente. A partir daí livre mercado, laissez faire, laissez passer!! Meritocracia, redução de governo, responsabilidade individual, reversão da migração campo-cidade, agricultura, saúde e educação altamente rentáveis, enfim resgatam-se os valores tradicionais que fizeram próspero e rico o mundo ocidental.
Economia e política
Dessa forma a economia fica, definitivamente, separada da politica – elas são como óleo e agua – não se misturam.
Uma palavra de gratidão ao juiz Sergio Moro, ele parece meu irmão mais novo, criado pelos valores tradicionais de meus pais Romeu e Maura. Ele resgata a dignidade de todo o povo brasileiro, podemos andar de cabeça erguida, corrupção é caso de policia, não importa se coxinha ou petralha. Eu ficaria muito feliz de ver escoltado para a PF um figurão dos diversos partidos políticos – são os 20% que faltam para aprovação total do juiz Moro. Aliás a justiça brasileira ainda deve respostas à sociedade: um político condenado por corrupção na França, anda livremente no Brasil, dirigentes esportivos condenados no exterior por corrupção, ocupam posição de destaque em instituições esportivas locais. Já que a nossa decadente e humilhada justiça tradicional não consegue resolver - Sergio Moro neles! Este bravo juiz, junto com uma equipe de procuradores e da PF pode substituir toda uma estrutura de TCU, CGR e demais auditores – nesta roubalheira de décadas, estes inúteis e decadentes órgãos só serviram para dar emprego a burocratas amigos do rei. Isto tudo me envergonha.
Ronaldo Carneiro
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