Bolsonaro versus Moro: Choque de Mafiosos
Só agora vigarista Moro descobriu a que veio Bolsonaro que, sendo tudo o que o ex-juizeco diz, por que o silêncio conivente durante todo o tempo de "superministro"? Justiceiro patético das classes dominantes brasileiras esteve preparando este festival, desde os primeiros dias no (des)governo Bolsonaro. Deve-se reconhecer a dificuldade para chegar a um denominador comum: quem, presidente ou recentemente demitido rministro, é mais cafajeste
Edu Montesanti
Pedido de demissão de Sérgio Moro do Ministério da Justiça e Segurança Pública na manhã desta sexta-feira (24), supostamente porque o presidente Jair Bolsonaro decidiu indicar, ele mesmo e não o ex-juiz curitibano conforme haviam acordado no início do (des)governo, novo nome para o comando da Polícia Federal (PF) em substituição a Maurício Valeixo demitido pelo presidente nesta semana, envolveu mais uma farsa tupiniquim repleta de mentiras, euforicamente reproduzida pela grande mídia brasileira.
Moro declarou que Bolsonaro tentava, com a demissão de Valeixo, interferir politicamente na Polícia Federal. Investigações da PF sobre fake news contra o Supremo Tribunal Federa, chegam ao filho do presidente, Carlos Bolsonaro.
Bolsonaro já havia dito dias atrás, em tom de crítica ao ex-ministro, que "a PF estava mais preocupada em investigar o assassinato da vereadora Marielle Franco, do Rio de Janeiro, que o atentado sofrido por ele durante a campanha eleitoral".
Assistir a este mal-arranjado teatro sob holofotes de grande parte da Imprensa, por parte de um dos juizecos mais descarados que este País já conheceu ao se colocar como paladino da verdade e da justiça pós-demissão do posto desta grande palhaçada de "superministério" que só foi mesmo capaz de enganar mentalidades mais retrógadas e histéricas no Brasil, trata-se de mais uma tragédia cômica, dentre inúmeras que o País não precisava neste momento que, em termos proporcionais de crescimento por período de infectados e mortos com coronavírus, já ultrapassou Itália e Espanha.
Não supreende em nada que os trapalhões bandidos terminem "o casamento" (metáfora constantemente utilizada por Bolsonaro) desta maneira; menos novidade, que conduzam o Brasil ladeira abaixo, a esta situação de caos e de gozação em todo o planeta.
Tampouco supreende que o inescrupulosamente egocêntrico, excessivamente vaidoso Serginho Moro, vergonha à ala séria da classe jurídica nacional, saia atirando contra seu ex-chefe como se fosse um paladino da ética e da moral, da verdade e da justiça: nada poderia estar mais cinicamente distante da verdade!
O picareta de turno outrora mal-travestido de juíz, antes de mais nada elegeu Jair Bolsonaro no mesmo ano que sua gangue, todas as evidências indicam, assassinou brutalmente Marielle Franco, ex-vereadora do Rio de Janeiro pelo PSoL.
Desde que assumiu a pasta do "Superministério" de Justiça e Segurança Pública - cargo já acertado como moeda de troca quando ainda era pateticamente travestido de juiz federal em Curitiba, treinado diretamente por Tio Sam de tantos golpes e assassinatos na América Latina e em todo o mundo -, Serginho manteve ensurdecedor silêncio conivente com os crimes e omissões de Jair Bolsonaro, um a um, do começo ao fim de sua vida política durante o regime da Besta Nazista para quem ele mesmo abriu a porteira.
Desconvesou das maneiras mais ridiculamente descaradas quando questionado por jornalistas, sobre desmandos e crimes de Tio Bolsô: eis o combatente da corrupção à la brasileira! Quanta vergonha!!
Certamente, não se trata na autodemissão de um ato em defesa da autonomia e da transparência da Polícia Federal: há, nesta questão, forte briga de vaidades, de interesses pessoais - a famosa briga de bandido. Bolsonaro verus Moro: choque de mafiosos. Os mercadejantes da "nova política" nacional.
Se Bolsonaro é tudo o que Moro diz - e é bem pior, existe muito mais a ser denunciado -, porque apenas agora o ex-juiz federal se desconforta com isso? Apenas agora o chefe da quadrilha da República de Curitiba deu-se conta de que a "nova" política de Bolsonaro é mais velha que andar para frente no Brasil?
Nesta guerra suja, não se pode pender para nenhum lado entre os traficantes de influência, usurpadores do poder dos mais canalhas que esta nação já presenciou.
Menção honrosa: aos seus fundamentais sustentáculos que anteriormente opunham-se raivosa e implacavelmente a toda e qualquer visão crítica, enquanto agora, a exemplo do juizeco golpista que usa leis como papel higiênico, omitem-se e tentam passar a ideia de estar isentos de (ir)responsabilidade por esta vergonha caótica a que trouxeram o Brasil.
Baseados na esquizofrenia de uma ameaça comunista que nunca existiu, e na forte discriminação que marca a sociedade brasileira. Conforme observou recentemente um dos intelectuais mais renomados do mundo em conversa particular com este jornalista: as classes dominantes brasileiras não aceitam que alguém de determinadas origens e com um português inadequado, faça nada mais que agradecer às elites pelo que possui, mantendo perpétua submissão a elas.
Refere-se, aqui, em diga menção, a MBL, grande mídia, entre tantos outros grupos e personagens pitorescos, aiatolás do livre-mercado irrestrito tais como a crente histérica Janaina Paschoal, Joyce Hasselmann a perua segundo milícias digitais dos filhos de Tio Bolsô, Alexandre Frota a "grande cabeça pensante" da direita nacional, empresários da religião tais como os repugnantes Edir Macedo e Silas Malafaia, entre tantos outros analfabetos políticos e esgotos morais.
Quanto a Serginho o Patético Justiceiro, ele só pansa naquilo: eleições presidenciais de 2022. E bem antes do que muitos imaginam. Sérgio Moro simplesmente grampeou, o tempo todo que esteve no (des)gverno Bolsonaro, o telefone celular do presidente pelo que, segundo reportagem do jornal Valor Econômico, o juizeco dispõe de provas sobre as acusações que fez contra o presidente em pronunciamento na manhã de sexta-feira (24), informando sobre sua demissão do cargo de ministro de Justiça e Segurança Pública.
E para entrar na corrida eleitoral daqui a dois anos por cima, nada melhor que abandnar o barco bolsonarista agora, em franco naufrágio, e ainda, de quebra, descolar-se de quem ele ajudou a se eleger presidente, fato cada vez main incontestável.
O ato que Serginho tanto condena, a base de intimidações, na fonte de informações de Glenn Greenwald, jornalista americano de The Intercept que tem desmascarado Moro através da série de reportagens batizada de Vaza Jato, o justiceiro de Curitiba praticou desde seus primeiros dias no (des)governo Bolsonaro há 14 meses, contra seu chefe. Mais uma evidência da premeditação bem antiga de todo este imbrólio, excessivamente demagógico por parte de Moro com um quê eleitoreiro, bem ao seu estilo.
Bolsonaro, por sua vez, rebateu denúncias contra o ex-ministro da Justiça Sérgio Moro em pronunciamento horas depois: o presidente disse que Moro condicionou a substituição do ex-diretor-geral da Polícia Federal, Mauricio Valeixo, à indicação do ex-juiz da Lava Jato para o Supremo Tribunal Federal.
"Você pode indicar o Valeixo em novembro, depois que o senhor me indicar para o Supremo Tribunal Federal", teria dito Moro que, em pronunciamento informando sua demissao, afirmou ter condicionado sua ida ao governo ao pagamento de uma pensão para sua família, caso algo lhe acontecesse.
"Tem uma única condição que eu coloquei - não ia revelar mas agora acho que não faz mais sentido manter segredo. Isso pode ser confirmado tanto pelo presidente como pelo general Heleno. Eu disse que, como estava abandonando 22 dois anos da magistratura - contribui 22 anos para a Previdência e perdia, saindo da magistratura, essa Previdência -, pedi, já que nós íamos ser firmes contra a criminalidade, especialmente a criminalidade organizada, que é muito poderosa, pedi que se algo me acontecesse, que minha família não ficasse desamparada, sem uma pensão. Foi a única condição que eu coloquei para assumir essa posição específica no MJ", reconheceu, ou antecipou-se astutamente Moro já prevendo - e tentando se blindar - o que, provavelmente, viriam a denunciar o presidente e ministro do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), general Augusto Heleno.
Eis a "nova política" tupiniquim! Eis os guardiões da verdade e da justica da ala reacionaria brasileira! Pedindo, em troca de cargo, pagamento ilegal a familia. Onde estão, agora, os "bravos" cidadãos patriotas inconformados com corrupção, defensores dos valores da família, da religião e dos seus impostos? Apoiando Moro!!
Enfim, entre dealers sem limites da política, o filme sempre termina como agora, Bolsonaro e Moro dando mais um espetáculo da baixaria da extrema-direita desta semi-colônia.
Porém, não sem Serginho deixar de reconhecer: nos anos do nordestino da roça na Presidência que tanto incomodou a elite branca e sulista brasileira, houve autonomia à Polícia Federal como nunca antes - e ao sistema de justiça como um todo, a que pesem todas as fortes criticas, que nos mesmos sempre fizemos, aos governos petistas. A quem Serginho tanto perseguiu, usando e abusando desavergonhadamente da máquina estatal, fazendo do sistema penal um verdadeiro balcão de neogócios. O que de melhor essa classe de gente sabe fazer, aliás.
Uma coisa é certa, em meio a isso tudo: basta de "democracia" representativa! A "nova" política de Bolsonaro e Moro tratam-se do mais recente e escancarado exemplo do fracasso da necessidade urgente de se implantar uma democacia participativa, rumo ao socialismo libertário (que, inclusive, não permitiria que o planeta chegasse a um caos como este, pelo COVID-19).
. Por Palácio do Planalto - https://www.flickr.com/photos/palaciodoplanalto/48082340136/, CC BY 2.0, https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=79770289