logo

Os últimos passos de um homem

Os últimos passos de um homem

Os últimos passos de um homem

Certamente Jair Bolsonaro jamais verá esse filme, nem os milhares de brasileiros, que como ele, defendem a pena de morte.
Mas deviam.

Em 1995, Tim Robbins, Susan Sarandon e Sean Penn, estiveram juntos no filme Os Últimos Passos de Um Homem (Dead Man Walking).

Tim Robbins, um excelente ator, como provou em "Sobre Meninos e Lobos" (Mystic River), de Clint Eastwood e em "Shorts Cuts - Cenas da Vida", de Robert Altmann, foi o diretor do filme e com ele ganhou o Oscar da Academia como o melhor diretor do ano.
Sean Penn, também de Sobre Meninos e Lobos e Milk, ganhou o prêmio de melhor ator
Susan Sarandon, a inesquecível atriz de Thelma e Louise, recebeu o Globo de Ouro como melhor atriz.

Em comum, os três tinham, além do enorme talento, também o ativismo em defesa das boas causas políticas nos Estados Unidos.
A luta contra a pena de morte é uma dessas boas causas.
Os Estados Unidos são único país do Ocidente onde a pena de morte ainda figura na legislação de 30 dos seus 50 Estados.

Entre 1975 e 2015, foram executados 1.447 presos, dos quais 541 no Texas.
Além da barbárie da punição, existe sempre o risco de estarem sendo condenadas pessoas inocentes. Nos últimos 40 anos, 151 pessoas condenadas à pena capital, foram inocentadas posteriormente.

Hoje a maioria das execuções nos Estados Unidos é através de uma injeção letal. A última execução por qualquer outro método que não a injeção letal, ocorreu em 2013, na Virgínia, onde o prisioneiro Robert Gleason foi executado na cadeira elétrica.

No passado, o método mais utilizado era a cadeira elétrica, mas também já foram utilizados câmara de gás, enforcamento e fuzilamento.

Pesquisa do Pew Research Center, há dois anos, revelou que 56% dos americanos ainda são favoráveis à pena de morte. Há 20 anos, esse percentual era de 78%.
Além de todos os motivos humanitários contra a pena capital, os legisladores americanos se inclinam em alguns estados pela sua erradicação pelos seus altos custos.
Um estudo no estado do Kansas, revelou que o custo de uma sentença capital era até 70% mais alto que uma condenação ao cárcere.

O principal argumento pelo fim da pena de morte, no entanto, é o fato de que ela simplesmente não funciona - não, pelo menos, na redução da criminalidade. Exemplo: nos estados americanos que adotam a pena, o índice de assassinatos por 100 mil habitantes é maior que o registrado nos outros estados que não adotam


Marino Boeira é jornalista, formado em História pela UFRGS

 


Author`s name
Timothy Bancroft-Hinchey