Nações Unidas critica Bolsonaro por elogiar ditadura brasileira
Genebra, 12 set (Prensa Latina) O relator das Nações Unidas para a Promoção da Verdade, Fabián Salvioli, criticou nesta cidade o presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, por seus elogios à ditadura militar em seu país.
Em um debate que contou com representantes da Ordem de Advogados do Brasil (OAB), Salvioli condenou o 'negacionismo' do Governo brasileiro ao sustentar que o golpe militar de 1964 foi legítimo e por negar que se tratou de uma vez de Estado.
O representante da ONU para a Promoção da Verdade, a Justiça e o Reparo manifestou que 'o passado sempre volta se não é abordado de forma correta', em clara discrepância com os argumentos do mandatário brasileiro.
Esclareceu que precisamente neste ano enviou uma carta às autoridades brasileiras quando se recordou o golpe de Estado perpetrado 31 de março de 1964 contra o presidente João Goulart e segundo a resposta enviada por Brasília a Salvioli o ocorrido então não foi um golpe senão um 'movimento legítimo'.
Salvioli falou nesta terça-feira em um auditório de ONU em Genebra durante um encontro no que participaram representantes da OAB e do Instituto Vladimir Herzog, entidade que leva o nome de um jornalista assassinado em 1975, na cidade de São Paulo, durante o regime de fato.
As autoridades da OAB e o Instituto Herzog viajaram a esta cidade para denunciar a Bolsonaro.
O diretor do Instituto Herzog informou na semana passada que Bolsonaro será acusado ante o Conselho de Direitos Humanos da ONU por 'apologia da ditadura' e ter 'desmontado' os organismos encarregados de investigar o passado e consertar às vítimas.
Na reunião de ontem também foi criticado o presidente de direita por elogiar na semana passada à ditadura de Augusto Pinochet, no Chile.
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